Há na poética oriental o entendimento que ao lidarmos com elementos naturais, como, água, pedra, plantas e animais, esses atores são capazes de nos elevar a um estado de calma, tranqüilidade e aprendizado. As pedras são os elementos mais antigos da Terra, nas mãos certas são aquecidas e deitadas sobre algumas partes do corpo liberam calor curativo. São ferramentas e adornos sem iguais. Nos somos essencialmente água, o som da água em movimento é considerado como um diapasão que afina a água viva que circula em nosso corpo. O uso de bambus pode ser compreendido como persistência, as vara que verga a ação do vento e a força do homem, mas não se dobra. O homem pode apreender que deve ter firmeza com flexibilidade. As carpas são símbolos de resistência, enquanto outros peixes não toleram o frio e a fome, as carpas resistem aos rigores do inverno da vida. Observar carpas em um lago nos induz a paz e a introspecção. A mansidão e docilidade desses peixes especiais só são demonstradas para aqueles que têm o privilégio de criá-los. Talvez por essa razão sejam chamadas de Nishikigoi, jóias que nadam. Particularmente confesso que observá-las me faz muito bem, talvez seja esse TAO que vem do oriente.