França, 27 de novembro de 1095

“Desde Jerusalém e desde Constantinopla chegou até nós, mais de uma vez, uma dolorosa notícia: os turcos, povo muito diverso do nosso, povo de fato afastado de Deus, estirpe de coração inconstante e cujo espírito não foi fiel ao Senhor, invadiu as terras daqueles cristãos, as devastou com o ferro, a rapina e o fogo. Empreendei o caminho do Santo Sepulcro, arrancai aquela terra àquele povo celerado e submetei-la a vós: ela foi dada por Deus em propriedade aos filhos de Israel; como diz a Escritura, nela correm rios de leite e mel.”

Assim o Papa Urbano II iniciou seu  Sermão da Cruzada, convocando milhares de europeus à invasão do Oriente Médio desde o Egito, Argélia, Líbia até a Turquia, Líbano, Iraque, Síria, Israel e Jordânia.

Denominam-se Cruzadas as expedições militares organizadas entre 1095 e 1291 pela Igreja Católica, com o objetivo de reconquistar o Santo Sepulcro, em Jerusalém, do domínio islâmico.

De acordo com alguns estudiosos, a realização das Cruzadas também tinha o objetivo de conquistar novas terras para novos feudos e escoar o excesso de mão-de-obra ociosa na Europa.

A Primeira Cruzada (1096-1099) Os nobres tinham o objetivo de alcançar Antioquia e, no caminho, tomaram a cidade de Nicéia, que estava sob domínio turco. Continuam a sua jornada e seguem o seu caminho rumo a Jerusalém. As cruzados conseguem escalar as muralhas de Jerusalém e invadem a Terra Santa, provocando um massacre. Após a vitória, estabeleceram quatro estados cristãos: o Condado de Edis, o Principado de Antioquia, o Condado de Trípoli e o Reino de Jerusalém.

A Segunda Cruzada (1147-1148) tentaram sitiar Damasco e cometeram mais erros estratégicos, os exércitos cruzados desistem e retornam para a Europa.

A Cruzada das Crianças foi organizada uma expedição formada por crianças, pois acreditava-se que, por serem puras (sem pecados), elas seriam recompensadas por Deus. Durante o percurso até a Palestina, algumas crianças afogaram-se numa tempestade e o restante foi vendida como escravas.

A Sexta Cruzada (1228-1229) As negociações duraram todo o inverno e selou-se um acordo de paz, no qual os cristãos conseguiram as cidades de Jerusalém, Belém e Nazaré.

A Oitava Cruzada (1270) Durante os anos de 1265 e 1268, os egípcios mamelucos conquistaram vários territórios. O rei francês Luis IX retoma o espírito das Cruzadas, no entanto, agora o objetivo era a convenção do Emir de Tunis.

As Cruzadas foram um fracasso em seu objetivo de conquistar a Terra Santa para os cristãos. Custaram muito caro para a nobreza europeia e resultaram em milhares de mortes. No entanto, essas expedições influenciaram grandes transformações no mundo medieval. Elas causaram o enfraquecimento da aristocracia feudal, fortaleceram o poder real e possibilitaram a expansão do mercado. A civilização oriental contribuiu muito para o enriquecimento cultural europeu, promovendo desenvolvimento intelectual. Nunca mais Jerusalém foi dominada pelos cristãos, mas as movimentações ocorridas no trajeto para a Terra Santa expandiram os relacionamentos com o mundo conhecido na época, num total de oito, foram convocadas pelos papas a partir do século XI "para servir a Deus" contra os "infiéis muçulmanos". Realizadas entre 1095 e 1291, sob o símbolo de uma cruz branca, tiveram também um objetivo bem menos "santo ": o lucro, pilhagem das cidades, o saque, a tomada de pontos comerciais estratégicos (como o porto de Zara, no Adriático), a imposição dos grandes negócios de venezianos e genoveses. Tudo isso canalizou riquezas para os cofres papais e das classes dominantes da Europa.

CANIBALISMO EM NOME DE DEUS

Até a chegada dos franj (os árabes chamavam os cruzados de franj, provavelmente um termo vindo de franc — francos, franceses), os habitantes viviam pacificamente ao abrigo de sua muralha. Os vinhedos, os campos de oliveiras e pés de figos forneciam-lhes uma modesta prosperidade. O orgulho de Maara era ser berço de uma das maiores figuras da literatura árabe, Abul-Ala al Maari, morto em 1057. Esse poeta cego, livre-pensador, ousara atacar os costumes da época. Era preciso audácia para escrever:

Os habitantes da terra dividem-se em dois grupos, Os que têm um cérebro, mas não possuem religião,
e aqueles que têm religião, mas não têm cérebro.

Adultos fervidos, crianças assadas

Os números do cronista Ibn al-Athir são fantasiosos, pois a população de Maara era provavelmente inferior a 10 mil habitantes. Mas o horror está menos presente no número de vítimas do que no destino inimaginável que lhes foi reservado. "Em Maara os nossos faziam ferver os pagãos adultos em caldeiras, fincavam as crianças em espetos e as devoravam grelhadas", confessou o cronista franco Raoul de Caen. Até o fim de suas vidas os árabes das redondezas se lembrarão do que viram e ouviram. A lembrança dessas atrocidades fixará nos espíritos uma imagem dos franj difícil de ser apagada.

Jamais os turcos esquecerão o canibalismo dos ocidentais. Em toda a sua literatura épica, os franj serão invariavelmente descritos como antropófagos.

Será injusta essa visão? Terão os invasores devorado os habitantes de Maara com o único objetivo de sobreviver? Seus chefes dirão ao papa: "Uma fome terrível assolou o exército de Maara e o colocou na cruel necessidade de se alimentar dos cadáveres dos sarracenos."

17 de Dezembro de 2007 -Advogado protesta contra uniforme da Inter de Milão por conter Cruz

    O turco Baris Kaska diz que a camisa utilizada pelo time italiano em um jogo contra o Fenerbahçe-TUR pela Liga dos Campeões da Europa é moralmente ofensiva à religião islâmica.

Só faltava essa... O advogado turco Baris Kaska pede à União Européia de Futebol (UEFA) que anule a partida em que a Internazionale de Milão-ITA venceu o Fenerbahçe-TUR em casa por 3 a 0 pela Liga dos Campeões da Europa. Motivo: o uniforme comemorativo do centenário do clube italiano (foto), que traz uma cruz vermelha sobre fundo branco em alusão à bandeira de sua cidade de origem.

Baris Kaska também promete processar a Inter - cujas cores tradicionais são o azul e o preto - alegando que a tal cruz remete ao símbolo utilizado pelos Cavaleiros Templários na época das Cruzadas e ofende moralmente à religião islâmica. O advogado também expõe seu curioso ponto de vista em uma entrevista ao jornal italiano "La Vanguardia".

"Aquela cruz vermelha me faz lembrar imediatamente dos dias sangrentos do passado, quando cristãos e muçulmanos lutavam durante as Cruzadas. Enquanto assistia ao jogo, eu senti um profundo pesar em minha alma. Esse uniforme evoca à pretensa superioridade racista do Ocidente sobre o Islã", diz.

Escudo do Barcelona também é modificado em países muçulmanos

O escudo do Barcelona nas camisas oficiais do clube está sendo modificado em alguns países árabes devido à cruz vermelha sobre o fundo branco que aparece na parte superior esquerda do mesmo, e que é substituída por uma linha vertical também vermelha, para não ferir nenhuma religião.

De acordo com o jornal espanhol La Vanguardia, em alguns países como Arábia Saudita e Argélia circulam camisetas do clube de Barcelona falsificadas sem a cruz de Sant Jordi, que carregaria uma simbologia cristã nestes países.

"A cruz de Sant Jordi não é suportável", indica o jornal, "em certos países e regiões de religião muçulmana, e as zonas com normas mais rígidas, como Arábia Saudita, optaram por eliminar a cruz do escudo".

Recentemente os turcos ficaram ofendidos durante partida da Internazionale que jogou contra o Fenerbahce pela Liga dos Campeões com um novo uniforme de camisa branca e uma cruz vermelha na frente.

O atual escudo do Barcelona foi estabelecido em 1906, segundo a EFE, e desde então teve alguns retoques, principalmente devido ao regime franquista, que reduziu a bandeira situada na parte superior direita a riscos vermelhos e amarelos. O nome também mudou de "Clube de Futebol Barcelona" para "Futebol Clube Barcelona".

As quatro barras catalãs do escudo do Barcelona se restabeleceram em 1946, enquanto a sigla "FCB" voltou em 1974.  

A Primeira Cruzada através de uma Narrativa Hebraica - Solomon Bar Samson

Os Cruzados em Mainz (Alemanha), 27 de maio de 1096

Em maio de 1096, um grupo de cruzados liderado por Emico, um nobre alemão, forçou seu caminho para a cidade de Mayence e, finalmente, para o palácio arquiepiscopal onde os judeus tinham se refugiado.

Foi no dia 3 de Siwan, no meio-dia [terça-feira, 31 de maio], que Emico, o ímpio inimigo dos judeus, veio com todo o seu exército contra a porta da cidade e os cidadãos abriram para ele. Emico um nobre alemão, liderou uma banda de pilhagem de cruzados alemães e franceses. Então os inimigos do Senhor disseram uns aos outros: "Olha! Eles abriram o portão para nós. Agora vamos vingar o sangue do 'enforcado' [Jesus]. "

Assim que o inimigo entrou no pátio encontraram alguns dos muito piedosos lá com nosso mestre brilhante, Isaac ben Moisés. Ele estendeu o pescoço, e sua cabeça cortou primeiro. Os outros, envoltos pelos seus reis de oração franjados, sentavam-se no pátio, ansiosos por fazer a vontade de seu Criador. Eles não se importaram em fugir para a câmara para se salvar por esta vida temporal, mas por amor receberam sobre si a sentença de Deus. O inimigo derramou pedras e flechas sobre eles, mas eles não quiseram fugir, e [Ester 9: 5] "com o golpe da espada, e com matança e destruição" o inimigo matou todos aqueles que eles encontraram ali. Quando os que estavam nas câmaras viram a ação desses justos, como o inimigo já havia caído sobre eles, eles clamaram, todos eles: "Não há nada melhor do que oferecermos nossa vida como um sacrifício". [Os judeus em número menor tinham nenhuma chance de ganhar: Emico é relatado para ter tido cerca de 12.000 homens.]

As mulheres lá cingiram seus lombos com força e mataram seus filhos e suas filhas e depois eles mesmos. Muitos homens, também, arrancaram coragem e mataram suas esposas, seus filhos, seus filhos. A mãe macia e delicada matou o bebê com quem ela tinha brincado, todos eles, homens e mulheres se levantaram e mataram uns aos outros. As donzelas, as noivas e as noivas olhavam para fora das janelas e, em grande voz, gritavam: "Olha e vê, ó nosso Deus, o que fazemos para a santificação do teu grande nome, para não te trocar por um pendurado e crucificado ...."

1 - O que foram as Cruzadas?

2 - Qual o objetivo religioso das Cruzadas?

3 - Qual o objetivo econômico das Cruzadas?

4 - Qual narrativa demonstra que os Cruzados tinham uma ideia deturpada de seu papel

sagrado?

5 - qual a sua opinião sobre a reclamação do advogado turco Baris Kaska?

6 - Que momento recenta da Europa nos faz lembrar a narrativa Hebraica - Solomon Bar Samson ?

VOCÊ SABIA?

QUE FORAM OS CRUZADOS (TEMPLÁRIOS) QUE AJUDARAM A FUNDAR PORTUGAL E RECONQUISTAR AS TERRAS DO DOMÍNIO ÁRABE?

VOCÊ SABIA?

ALGUNS HISTORIADORES ACREDITAM QUE A ORIGEM DA MAÇONARIA ESTÁ NA REMOTA ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS?

acima, o marco padrão de São Vicente e os símbolos da Coroa Portuguesa