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AS SUB-REGIÕES DO NORDESTE

Escrito por REGINALDO DOS SANTOS AURESLINO em 30/10/2017


 
Alguns aspectos naturais foram usados como critérios para regionalizar o espaço do Nordeste.
Levando-se em conta, principalmente, as características do clima e da vegetação original, a Região Nordeste pode ser dividia em quatro sub-regiões: ZONA DA MATA, AGRESTE, MEIO- NORTE e SERTÃO.
Além das diferenças climáticas e da vegetação, essas sub-regiões têm também diferenças quanto às atividades econômicas desenvolvidas.
A sub-região da Zona da Mata originalmente era recoberta pela Mata Atlântica, daí seu nome. Essa área foi intensamente explorada do ponto de vista econômico.
Os cultivos de cana-de-açúcar acabaram por substituir a Floresta Tropical, de onde quase todo o pau-brasil já havia sido retirado.
Outro fator que contribuiu para o desaparecimento da Mata Atlântica nessa sub-região é que nela foram estabelecidos povoamentos que se tornaram importantes cidades: as capitais dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
A Zona da Mata é a mais populosa e conta com a mais elevada densidade demográfica das sub-regiões nordestinas. Também é a sub-região mais industrializada e desenvolvida economicamente.
Contudo, apresentam-se muitos problemas sociais, tais como condições precárias de muitas das moradias nos centros urbanos, elevado índice de desemprego, salários muitos baixos, principalmente nas atividades agropecuárias.
A sub-região nordestina da Zona da Mata pode ser dividida em três áreas distintas:
1. ZONA DA MATA AÇUCAREIRA;
2. RECÔNCAVO BAIANO;
3. ZONA DA MATA CACAUEIRA.
A denominação ZONA DA MATA AÇUCAREIRA teve origem no período colonial e correspondia à área de cultivo da cana-de-açúcar, que abrangia desde o Rio Grande do Norte até o norte da Bahia.
Atualmente, apesar de ainda haver muitas usinas de açúcar e de álcool e latifúndios monocultores, a produção de cana-de-açúcar tem diminuído e está cedendo lugar às atividades pecuárias e de produção de frutas.
Atualmente os maiores produtores de cana-de-açúcar do Nordeste são os estados de Alagoas e Pernambuco.
O Recôncavo Baiano compreende vários municípios localizados em torno da cidade de Salvador.
No município de Camaçari, a cerca de 50 km de Salvador, situa-se o Pólo Industrial e Petroquímico de Camaçari, que abriga importantes indústrias petroquímicas e de outros setores, como o metalúrgico e o automobilístico.
Nessa sub-região se desenvolvem ainda atividades tradicionais, como a agricultura de subsistência, a pesca e a coleta de mariscos, entre outras.
A Zona da Mata Cacaueira corresponde ao sul da Bahia, onde se destacam as cidades de Ilhéus e de Itabuna. Essa área foi importante produtora e exportadora mundial de cacau, desde o fim do século XIX até praticamente o final da década de 1970.
Já na década de 1950, uma crise na produção cacaueira levou à diminuição da área de plantio desse fruto na Bahia e no restante do país.
Apesar dessa diminuição decorrente da crise, o sul da Bahia ainda continua sendo um importante exportador de cacau.
A chamada Zona do cacau, após o período crítico, diversificou a sua economia, passando a desenvolver outras atividades, como a pecuária, a industrialização de polpa de frutas, a indústria de celulose, entre outras.
Por estar situado entre uma área seca (o Sertão) e outra úmida (a Zona da Mata), o Agreste constitui uma faixa de transição que possui vegetação característica dos ambientes da Caatinga e da Mata Atlântica.
No Agreste predominam os minifúndios policultores, isto é, as pequenas propriedades em que se cultivam vários produtos.
No Agreste também se desenvolvem a pecuária leiteira e as indústrias de derivados de leite e de bens de consumo, principalmente doces, sucos, móveis, calçados e têxteis.
O comércio é outra atividade muito importante do Agreste. Nesse setor, destacam-se as cidades de Campina Grande, no estado da Paraíba; Feira de Santana e Vitória da Conquista, na Bahia; Caruaru e Garanhuns, no estado de Pernambuco.
Muitos municípios do Agreste cresceram em decorrência da produção algodoeira.
Campina Grande, na Paraíba, convive com a cultura do algodão desde o início do século XX.
Hoje, a cidade tem um pólo têxtil consolidado e se destaca no cenário nacional não só pela quantidade da produção, mas por um diferencial tecnológico: o algodão colorido, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e exportado para países da América Latina e da Europa.
Esse produto é resultado de doze anos de pesquisa. O impulso econômico trazido pelo algodão colorido levou as fábricas da região a se organizarem para conquistar o mercado externo.
O Meio-Norte abrange o estado do Maranhão e a maior parte do estado do Piauí. É uma área de transição entre a Região Norte, extremamente úmida e o Sertão nordestino, muito seco.
A vegetação original nessa área é a Mata dos Cocais, que favoreceu o desenvolvimento das atividades de extrativismo vegetal.
Da carnaúba, extraem-se óleos e ceras para fabricação de velas e lubrificantes. Da palmeira de babaçu, é possível extrair palmito e o coco para a produção de óleos usados pelas indústrias, como a de cosméticos.
A maior parte da mão-de-obra envolvida na extração de coco de babaçu é de mulheres, as chamadas quebradeiras, que trabalham em condições precárias.
A economia do Meio-Norte tem se baseado também na criação de gado, na cultura de algodão e de arroz e no extrativismo vegetal.
Nas últimas décadas, vem ocorrendo a expansão da cultura de soja, destinadas à exportação. A soja produzida na região é exportada do Porto de Itaqui, em São Luís, capital do Maranhão e principal cidade do Meio-Norte.
O Sertão nordestino é a maior sub-região do Nordeste. Também é conhecido como a região do semi-árido, já que se caracteriza pela predominância do clima tropical semi-árido.
No interior do Sertão, em algumas áreas de vale, encontramos lugares mais úmidos, os brejos, onde se concentram importantes áreas agrícolas.
A pecuária extensiva e a agricultura comercial de frutas, café, algodão, soja, milho, feijão, arroz e mandioca são as principais atividades do Sertão.
Nos últimos anos, áreas irrigadas do Sertão vêm se tornando importantes produtoras.
Grande parte da população do Sertão sofre com as secas periódicas, que às vezes duram anos. Sem ter condições de estocar alimentos para serem consumidos durante esses períodos prolongados de seca, as famílias que vivem no meio rural enfrentam fome e miséria.
 

 

questão 1

Sobre a população nordestina, julgue os itens a seguir, assinalando V para verdadeiro e F para falso.

(   )      A região Nordeste é etnicamente homogênea, assinalando uma identidade única entre os seus habitantes.

(   )      A sub-região da Zona da Mata é aquela que apresenta o menor número de habitantes.

(   )      Em razão do elevado grau de industrialização, a maior parte da população brasileira encontra-se, atualmente, na região Nordeste.

(   )      Apesar de apresentar um elevado índice populacional, algumas regiões do Nordeste apresentam verdadeiros “vazios demográficos”.

questão 2

Assinale a alternativa que apresenta as quatro principais sub-regiões do Nordeste brasileiro:

a) Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio Norte.

b) Zona da Mata, Recôncavo Baiano, Planalto da Borborema e Sertão Maranhense.

c) Agreste, Polígono das Secas, Zona açucareira, Litoral norte.

d) Sertão, Região da Caatinga, Cangaço e Norte Úmido.

e) Litoral, Meio Norte, Noroeste e Oeste.

 

questão 3

Leia o texto a seguir:

O fenômeno das secas só recebeu a atenção do poder central quando os “coronéis” sertanejos do algodão e do gado completaram sua ascensão econômica. Durante a grande seca de 1877-79, que dizimou cerca de 500 mil nordestinos, entre os quais a metade dos 120 mil habitantes de Fortaleza, D. Pedro II chegou a afirmar que “empenharia até as joias da Coroa, mas não permitiria que os sertanejos passassem fome”. O imperador não vendeu as joias, mas iniciou em 1881 a construção do primeiro grande açude no Nordeste, em Quixadá, no Ceará.

As secas passaram a ter significado político na época da consolidação da oligarquia algodoeira [...]. A “política hidráulica” que tomava corpo, focalizada na construção de barragens, açudes, poços e estradas, constituiu um veículo de transferência de recursos públicos para o patrimônio privado da elite sertaneja.

MAGNOLI, D. Geografia para o Ensino Médio. São Paulo: Atual, 2008.p.327-328.

Diante das considerações expostas pelo texto, assinale a alternativa correta:

a) O problema da seca do Nordeste limita-se à não funcionalidade do açude de Quixadá, no Ceará.

b) Ao afirmar que a “política hidráulica” foi responsável por transferir recursos públicos para o setor privado, o autor quis dizer que a esperança do governo era o empreendedorismo dos pequenos agricultores regionais para resolver o problema da seca.

c) Com a leitura do texto, percebemos que o problema da seca continuou no Nordeste em razão de D. Pedro II não ter empenhado as joias da Coroa, conforme havia prometido.

d) O autor do texto revela que o problema da seca do Nordeste é histórico e está relacionado a eventos políticos e interesses econômicos oligárquicos.

questão 4

(UnB – com adaptações)

Leia o texto a seguir e assinale a alternativa INCORRETA sobre o Nordeste semiárido brasileiro:

"Existem na América do Sul três grandes áreas semiáridas - a região Guajira, na Venezuela e Colômbia; a diagonal seca do Cone Sul que envolve muitas nuances de aridez ao longo da Argentina, Chile e Equador; e, por fim, o Nordeste Seco do Brasil. Das velhas e repetitivas noções do ensino médio herdadas um pouco por todos nós restaram observações pontuais e desconexas sobre o universo físico e ecológico do Nordeste Seco."

(Aziz Nacib Ab Saber, "Ciência Hoje", Volume Especial - Eco Brasil, mai. 1992.)

a) O semiárido nordestino caracteriza-se por baixos níveis de umidade, escassez de chuvas anuais e irregularidades no ritmo das precipitações ao longo dos anos.

b) Um dos fatores marcantes da região é a inexistência de rios perenes e caudalosos. Essa drenagem intermitente inviabiliza projetos de irrigação na área.

c) Apesar de predominantemente seco, no semiárido, encontram-se algumas áreas de mata úmida, alimentadas por chuvas orográficas. Essas áreas são conhecidas, regionalmente, como "brejos".

d) Ao contrário do que se imagina, o Nordeste seco não é o "império" das chapadas. Em 85% do seu território predominam depressões interplanálticas, situadas entre maciços antigos e chapadas localizadas.

questão 5

(UEM)

A região do Agreste caracteriza-se entre outros fatores por:

a) apresentar uma estrutura agrária exclusivamente de latifúndios dedicados à lavoura de cana-de-açúcar.

b) dedicar-se à pecuária extensiva, lembrança da principal atividade desenvolvida no período colonial.

c) aproveitar suas terras mais úmidas para a fruticultura, não necessitando, desta forma, de irrigação.

d) englobar a maior produção de arroz de toda a região nordestina.

e) fornecer mão de obra temporária para as plantações de cana-de-açúcar da Zona da Mata.

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