Na última terça-feira o governo decretou a flexibilização da posse de armas de fogo, modificando o Estatuto do Desarmamento de 2003. Mesmo com a lei restringindo o porte e a posse das armas, mais de 40 mil pessoas eram mortas anualmente no país, o primeiro lugar nesse tipo de morte, perdendo apenas para os Estados Unidos. É quase certo que esse número irá aumentar.

           Ninguém parou para pensar no caso dos indígenas. Suas terras são alvo de cobiça de garimpeiros, grileiros, ruralistas e até mesmo do governo Federal nas obras do setor elétrico.

          São quase 1 milhão de indígenas no Brasil. Comprovadamente estão na América há pelo menos 15 mil anos estabelecendo o direito inquestionável à terra pela de posse, celebrada em âmbito civil, é um direito adquirido. Essa terra equivale a 12% do território brasileiro. Os desenvolvimentistas se contorcem ao pensar no que poderiam fazer com essa terra que não é deles, mas é também inegável que os indígenas transformaram esse quinhão do nosso país em reservas ecológicas, onde na maioria das vezes há uma preservação ambiental efetiva. Mas o que as armas têm a ver com indígenas?

     De acordo com relatórios do CIMI, o Conselho Indigenista Missionário em 2017, foram mortos 110 indígenas. Eles já eram alvo fácil nas mãos dos criminosos sedentos por terras, ouro e diamante, agora com a flexibilização da posse das armas, se nenhuma ação for feita iremos presenciar cenas de um verdadeiro genocídio.