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8.º Ano - Em Porto Rico, 97% querem ser um Estado dos EUA

Escrito por REGINALDO DOS SANTOS AURESLINO em 31/08/2018

 

 12-12-2017

Porto Rico realizou neste domingo (11) um plebiscito para decidir se seus cidadãos querem ou não que o Estado seja anexado aos EUA. O “sim” venceu, com 97% dos votos. Porém, a legitimidade da “vontade” é polêmica, pois apenas 23% dos eleitores participaram da consulta, promovida pelo próprio governo. A oposição se recusa a falar em “abstenção”. Diz, ao contrário, que foi um “boicote” deliberado à proposta. Mapa mostra localização de Porto Rico O resultado não tem efeito prático, pois qualquer mudança efetiva depende do Congresso americano, que não deu qualquer sinal de que pretenda levar o assunto a sério. A intenção do governo porto-riquenho, ao promover o plebiscito, é buscar socorro financeiro no momento em que o índice de cidadãos porto-riquenhos vivendo na pobreza chega a 46% da população local. A esperança do governo é que, ao ser anexado efetivamente, Porto Rico passaria a contar com benefícios fiscais e orçamentários como os demais 50 Estados americanos. Além disso, seus políticos poderiam disputar vagas no Congresso americano, direcionando verbas e projetos de desenvolvimento para Porto Rico. 23% dos eleitores aptos a votar participaram do plebiscito 97% decidiram pela anexação. O percentual corresponde a 502.616 votos R$ 24,5 milhões foi o gasto do governo para a realização da consulta popular

Do descobrimento, em 1493, até 1898, Porto Rico foi colônia da Espanha. A partir de 1898, os americanos passaram a controlar o conjunto de ilhas, que eram consideradas de valor estratégico para a Marinha dos EUA. O arranjo político é peculiar. Em sua origem, o sistema previa que o presidente — chamado governador — fosse indicado diretamente pelos EUA.. Os americanos permitiam também o funcionamento de um parlamento local. Os deputados eram escolhidos pelos próprios porto-riquenhos, mas os senadores eram escolhidos em Washington. A edição de leis só estava autorizada para assuntos domésticos. Porto Rico nunca foi, por exemplo, um Estado-membro das Nações Unidas. Em 1914, os parlamentares porto-riquenhos até aprovaram a independência total dos EUA, mas o resultado foi simplesmente ignorado por Washington. A partir de 1947, os próprios cidadãos porto-riquenhos foram autorizados a escolher seu “governador”, que antes era indicado pelo governo americano. Em 1950 foi aprovada no Congresso americano a lei que rege ainda hoje o status de Porto Rico como “Estado livre associado” aos EUA. Quem nasce em Porto Rico tem cidadania americana. Por outro lado, os porto-riquenhos não têm direito a voto nos EUA (para presidente dos EUA, senadores, deputados e governadores) e o Estado porto-riquenho não conta com representantes no Congresso americano. Governador promete anexação até 2020 No plebiscito de domingo (11), os eleitores tinham três opções na cédula: a anexação total e irrestrita aos EUA, a independência ou a manutenção do status atual. Venceu a anexação. Esse foi o segundo plebiscito com a mais baixa participação na história de Porto Rico. A líder em abstenção continua sendo uma consulta realizada em 2005 para resolver temas parlamentares internos. A causa da anexação foi promovida pelo atual governador de Porto Rico, Ricardo “Ricky” Rosselló Nevares, do governista PNP (Partido Novo Progressista). Ricky é um neurocirurgião graduado e pós-graduado em universidades americanas. Ele é filho de Pedro Roselló González, que governou Porto Rico de 1993 a 2001. Assim como o filho, o pai também dedicou grande parte do tempo a promover a ideia da anexação total aos EUA. A promessa de Ricky é a de que a anexação ocorrerá até 2020, quando termina seu mandato, iniciado em janeiro de 2017. Embora o assunto esteja no topo da agenda política em Porto Rico, não há sinais de parte da administração americana que o interesse na anexação seja mútuo. O atual status de “Estado livre associado” dá aos americanos os benefícios de contar com um ponto estratégico no Caribe, a meio caminho da América do Sul, sem contar com qualquer resistência da comunidade local. As diferentes interpretações sobre o plebiscito Partidos de oposição defenderam o boicote. Por isso, o índice de comparecimento, de apenas 23%, foi considerado, por eles, uma vitória. “O boicote foi uma expressão política contundente. Não foi uma abstenção. A abstenção se dá quando o eleitor não se importa com a eleição. O boicote foi precisamente por que nós nos importamos com Porto Rico, foi uma forma de repudiar essa eleição” Aníbal Acevedo Vilá governador de Porto Rico de 2005 a 2009 Os governistas lembraram que a ratificação de Wisconsin como um Estado americano, em 1848, foi reconhecida mesmo com um índice de participação no plebiscito de apenas 17% — o que equivalia a 23.183 dos mais de 130.000 eleitores. Foram citados exemplos semelhantes na criação dos Estados do Arizona, em 1911, com 7% de participação, do Havaí, em 1940, com 35% de presença, e do Alasca, em 1946, com 21%. “Os resultados de hoje [domingo, 11, data do plebiscito em Porto Rico] igualam ou ultrapassam esses percentuais”, afirmou Ricky. É a quinta vez que um plebiscito sobre esse assunto é realizado em Porto Rico. Em todas elas, venceu a proposta de anexação total aos EUA: 1967, 1993, 1998, 2012 e 2017. Embora o percentual de eleitores que defendem a anexação esteja aumentando a cada plebiscito, o número absoluto de eleitores que apoiam essa proposta vem caindo. De acordo com os governistas, isso acontece sobretudo pela saída dos porto-riquenhos para o exterior, sobretudo para os EUA — foram 400.000 só nos últimos cinco anos.

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2 - Faça uma pesquisa na internet e explique, que interesses Porto Rico tem para abrir mão de sua independência e se tornar um estado americano

3 -  Faça uma pesquisa na internet e explique como os Estados Unidos se transformaram de 13 colônias em 50 estados

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