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HINDUISMO

Escrito por REGINALDO DOS SANTOS AURESLINO em 09/11/2018

Em um tempo longínquo, há mais de cinco mil anos, quando o homem vivia em estreita relação com o meio ambiente, as manifestações da natureza eram vistas como mensagens divinas. As idas e vindas das marés, as chuvas, os ventos, as fases da Lua – tudo era interpretado como castigos ou bênçãos dos deuses.

Assim, as divindades dos primórdios passaram a ser relacionadas à natureza e a suas forças. Existia um deus da chuva, outro da terra, um dos animais, e assim por diante. Mas chegou um momento em que esses deuses não atendiam mais aos questionamentos do homem. Uma tempestade, por exemplo, já não era tão amedrontadora quanto os anseios da alma humana. Foi a partir daí que os mitos das divindades hindus, como Brahma, Vishnu e Shiva, conhecidos até hoje, ganharam força e personalidade.

Swami Krishnapriyananda Saraswati, monge hindu e presidente da Sociedade Divina Brasil e da Sociedade Internacional Gita do Brasil, conta que, nesse momento histórico, os antigos sábios indianos passaram a observar a natureza e suas transformações e, nesse processo, entenderam que os três principais deuses do hinduísmo deveriam aludir à ideia de que tudo na vida faz parte de um ciclo.

Por isso, Brahma é o deus da criação do universo, Vishnu, o da manutenção, e Shiva, o da destruição. Todos eles, no entanto, são diferentes manifestações (avatares) de um único Deus, a grande força, que no hinduísmo é conhecido como Brahman Supremo. “Os hindus consideram que tudo o que existe parte em essência do Brahman. Nesse caso, Brahma, Vishnu, Shiva, Ganesha, entre outros deuses, são aspectos desse Brahman original. Então, não faz sentido classificar o hinduísmo como uma religião politeísta, e sim monoteísta”, afirma Lúcia Brandão, professora de filosofia e tradições orientais da Associação Palas Athena, que acompanha grupos em viagens temáticas para a Índia e o Nepal.

Segundo a mitologia hindu, Brahma nasceu do lado esquerdo de Brahman; Vishu, do lado direito; e Shiva, do centro. De maneira simplificada, é possível dizer que Brahma é responsável por toda a criação do universo, enquanto é o encarregado Vishnu da manutenção de tudo e Shiva é o transformador, o renovador. Nas páginas a seguir, você conhecerá um pouco mais sobre cada uma dessas divindades.

Suástica nazista e suástica budista – Diferença

Suástica nazista e suástica budista. Dois símbolos iguais mas seus significados são diferentes.

No ocidente, a suástica ganhou um aspecto bastante negativo devido a sua popularização por meio da bandeira do Partido Nazista que governou a Alemanha entre 1933 e 1945. Os nazistas usaram a suástica para representar a identidade da Raça Ariana e, como resultado, a suástica foi estigmatizada na Europa e nas Américas sendo considerada um símbolo de racismo e ódio.

No entanto, antes mesmo dos nazistas utilizarem a suástica, esse símbolo já era utilizado na Ásia por volta de 3000 a.C. A suástica era utilizada principalmente na Índia, na religião Hindu. Posteriormente, a suástica foi também utilizada no Jainismo e no Budismo.

Historicamente, a suástica sempre foi encontrada em várias culturas ao redor do mundo. Na Ásia, a suástica sempre teve ligação com as religiões indianas e, o uso desse símbolo se espalhou pela Ásia graças ao budismo visto que representava fortuna, longa vida e, inclusive, era uma representação do próprio Buda.

Nessas ocasiões, a suástica tem um outro significado. No budismo, o símbolo da suástica é considerado uma pegada auspiciosa do Buda. É um símbolo anicônico para o Buda em muitas partes da Ásia e um homólogo com a roda do darma. A forma simboliza o ciclismo eterno, um tema encontrado na doutrina samsara do budismo.

A intenção do artigo é justamente explicar que a suástica não teve origem no nazismo e que ela já tinha um significado antes mesmo do nazismo existir. No Japão a suástica é chamada de Manji (万字

A suástica no budismo

No budismo, a suástica é quase sempre no sentido horário. Significa auspiciosidade e fortuna, bem como as pegadas do Buda e o coração de Buda. A suástica é dita para conter toda a mente do Buda e muitas vezes pode ser encontrada impressa no peito, pés ou palmeiras de imagens de Buda.

O símbolo da suástica é comum nas tradições esotéricas do budismo, juntamente com o hinduísmo, onde é encontrada com teorias de Chakra e outros auxílios meditativos. O símbolo no sentido horário é mais comum, e contrasta com a versão anti-horária comum na tradição tibetana Bon e chamada localmente yungdrung.

É também o primeiro dos 65 símbolos auspiciosos na pegada do Buda. A suástica também foi usada para marcar o início dos textos budistas. Na China e no Japão, a suástica budista foi vista como um símbolo de pluralidade, eternidade, abundância, prosperidade e longa vida.

A suástica é usada como uma marca auspiciosa nos templos budistas e é especialmente comum na Coréia. Muitas vezes, pode ser visto nas bordas decorativas em torno de pinturas, panos de altar e banners. No budismo tibetano, também é usado como decoração de vestuário.

Além dessa definição, o símbolo quando virado para a esquerda também representa amor e misericórdia. E quando virado para a direita representa força e inteligência.

A suástica no nazismo

A suástica foi amplamente utilizada na Europa no início do século XX. Ele simbolizava muitas coisas para os europeus, com o simbolismo mais comum sendo de boa sorte e auspiciosidade. Em meio ao uso popular generalizado, na Alemanha pós-Primeira Guerra Mundial, o recém-criado Partido Nazista adotou formalmente a suástica.

Os nazistas adotaram a suástica como um emblema porque foi entendido como um símbolo ariano que indica a pureza racial e a superioridade.

Também pode haver uma conexão com as conexões mágicas da suástica. Hitler e outros líderes nazistas eram interessados no ocultismo. A suástica adotada pelos nazistas é no sentido anti-horário. O pior é que fica fácil associar a suástica encontrada no Japão quando lembramos do Nazismo.

O estigma pós-Segunda Guerra

Devido ao seu uso pela Alemanha nazista, a suástica desde a década de 1930 tem sido amplamente associada ao nazismo. Após a Segunda Guerra Mundial, foi considerado um símbolo de ódio no Ocidente, ou de supremacia branca em muitos países ocidentais.

Como resultado, todo o seu uso é proibido em alguns países, incluindo a Alemanha. Por causa do estigma anexado ao símbolo, muitos edifícios que usaram o símbolo como decoração tiveram o símbolo removido.

Hoje em dia é difícil não ver a suástica budista no Google e não lembrar do nazismo. Como um símbolo de paz pode ser capaz de nos lembrar de em algo tão sombrio?

 

A má interpretação do ocidente quanto ao uso da suástica

Desde o final do século 20, a confusão ocorre quando os bens de consumo que traziam os símbolos jainistas, budistas ou hindus tradicionais foram exportados para o Ocidente. Eventualmente foi interpretado pelos consumidores como tendo um símbolo nazista. Isso resultou em vários desses produtos tendo sido boicotados ou tirados das prateleiras.

Quando um garoto de dez anos de idade em Nova Iorque, comprou um conjunto de cards do Pokémon importados do Japão em 1999, dois dos cartões continham a suástica budista virada para a esquerda. Os pais do menino interpretaram mal o símbolo como a suástica nazista e apresentaram uma queixa ao fabricante.

A filial americana da Nintendo anunciou que os cards seriam descontinuados. A filial explicou que o que era aceitável em uma cultura não era necessariamente assim em outra.

Em 2002, bolachas de Natal contendo pandas de brinquedos com suásticas foram retiradas das prateleiras após reclamações no Canadá. O fabricante disse que o símbolo foi apresentado no sentido tradicional e não como uma referência aos nazistas.

Como o mundo amava a suástica, até os nazistas se apropriarem do símbolo

No mundo ocidental, a suástica é sinônimo de fascismo, mas ela existe há milhares de anos e foi usada como símbolo de boa sorte em quase todas as culturas do mundo. Agora, alguns tentam recuperar seu sentido original.

Na linguagem antiga do sânscrito, suástica significa "bem-estar". A figura foi usada por hindus, budistas e jainistas por milênios, e é normalmente considerado indiano.

Viajantes do Ocidente para a Ásia foram inspirados por suas associações positivas e começaram a usá-lo em seus países. No início do século 20, houve uma moda de suástica como símbolo de sorte.

Em seu livro The Swastika: Symbol Beyond Redemption? (As Suástica: símbolo sen redenção?, em tradução livre), o escritor e designer Steven Heller mostra como a figura foi adotada com entusiasmo na Europa na arquitetura, na propaganda e no design de produtos.
"A Coca-Cola usou. A Carlsberg usou em suas garrafas de cerveja. Os Escoteiros-mirins também adoraram e o Clube de Meninas da América chamava sua revista de Suástica. Eles mandavam até distintivos de suástica para seus leitores como prêmio por vender revistas", diz.

O ícone oriental também foi usado por unidades do Exército americano durante a Primeira Guerra Mundial e era visto nos aviões da Força Aérea Britânica até 1939. A maior parte desses usos "benignos" parou de ocorrer nos anos 1930, quando o partido nazista chegou ao poder na Alemanha.

O uso nazista da suástica tem origem no trabalho de acadêmicos alemães do século 19 que traduziam antigos textos indianos, e notaram semelhanças entre o alemão e o sânscrito. Eles concluíram que indianos e alemães deveriam ter os mesmos ancestrais - uma raça de guerreiros chamada ariana.

Essa ideia foi utilizada por grupos nacionalistas antissemitas dentro do movimento, que se apropriaram da suástica como um símbolo ariano, para espalhar entre os alemães o sentimento de que pertenciam a uma linhagem antiga.

A hakenkreuz (cruz com ganchos, em alemão) negra dentro de um círculo branco e o fundo vermelho da bandeira nazista se tornariam o emblema mais odiado do século 20, para sempre conectado às atrocidades cometidas no Terceiro Reich.

"Para os judeus, a suástica é sinônimo de medo, de repressão e de extermínio. É algo que nunca poderemos mudar", diz o sobrevivente do Holocausto Freddie Knoller, de 96 anos. "Colocar a suástica em lápides ou em sinagogas nos causa medo. Não deveria acontecer."

O símbolo foi proibido na Alemanha no fim da Segunda Guerra Mundial e o país tentou, sem sucesso, proibi-lo em toda a Europa em 2007.

Contra o mal

A ironia é que a suástica tem uma origem mais europeia do que a maior parte das pessoas pensa. Descobertas arqueológicas já demonstraram que ela é muito antiga, mas que seus exemplos não são limitados à Índia. Ela também foi usada pelos antigos gregos, pelos celtas, pelos anglo-saxões e até - em alguns dos artefatos mais antigos - no leste da Europa, do mar Báltico até os Bálcãs.

Um bom lugar para conhecer esta história é o Museu Nacional de História da Ucrânia, na capital Kiev.

Entre os principais tesouros do museu está uma figura pequena de marfim que mostra um pássaro fêmea. Feito da presa de um mamute, a figura foi encontrada em 1908 no assentamento paleolítico de Mezin, perto da fronteira da Ucrânia com a Rússia.

No peito do pássaro está gravado um padrão complexo de suásticas. É o padrão de suásticas mais antigo identificado no mundo. Segundo a datação de carbono, ele tem impressionantes 15 mil anos. O pássaro foi encontrado junto com uma série de objetos fálicos, o que dá a entender que o padrão era usado como símbolo de fertilidade.

Em 1965, a paleontóloga Valentina Bibikova descobriu que o padrão no pássaro é muito semelhante ao padrão que ocorre naturalmente no marfim. Será que as marcas na pequena figura paleolítica estavam só refletindo o que os homens viam na natureza - o mamute que eles associavam com bem-estar e fertilidade?

Suásticas "solitárias" começaram a aparecer na cultura neolítica Vinca no sudeste da Europa há cerca de 7 mil anos. Mas foi na Era de Bronze que elas se espalharam pela Europa. Na coleção do museu em Kiev há vasos de cerâmica que têm suásticas circulando sua metade superior e datam de 4 mil anos atrás.

Quando os nazistas ocuparam Kiev na Segunda Guerra Mundial, eles estavam tão convencidos de que esses vasos eram provas de seus ancestrais arianos que os levaram para a Alemanha (eles foram devolvidos à Ucrânia depois da guerra).

Na coleção grega do museu, a suástica aparece no ornamento da arquitetura que se tornou conhecido como padrão grego, usado em azulejos e tecidos aré hoje.

Os antigos gregos também usavam motivos de suástica para decorar seus vasos e vasilhas. Um fragmento da coleção, que data do século 7 D.C., mostra uma suástica com membros como se fossem tentáculos pintada sob a barriga de um bode.

Mas talvez os artefatos mais surpreendentes no museu sejam os fragmentos de tecido que sobreviveram do século 12 D.C. Acredita-se que eles pertenceram ao colarinho do vestido de uma princessa eslava. Eles são bordados com cruzes e suásticas douradas, para afastar o mal.

A suástica continuou sendo um motivo popular no bordado do leste da Europa e da Rússia até a Segunda Guerra Mundial. Um autor russo chamado Pavel Kutenkov identificou cerca de 200 variações na região. Mas o símbolo continua controverso. Em 1941, Kiev foi o local do pior assassinato em massa do Holocausto, quando quase 34 mil judeus foram reunidos e mortos em Babi Yar.

Na Europa ocidental, o uso das antigas suásticas parou gradualmente muito antes da era moderna, mas é possível encontrar exemplos da Era do Bronze, como a Pedra da Suástica em Yorkshire, na Inglaterra.

Relembrando o passado

Algumas pessoas acham que essa longa história pode ajudar a reviver a suástica como algo positivo na Europa. Um tatuador famoso em Copenhagen afirma que o símbolo é um elemento da mitologia nórdica que continua sendo atraente para muitos escandinavos.

Ele é um dos fundadores do Dia de Aprender a Amar a Suástica, que ocorreu em 13 de novembro de 2013, quando tatuadores de todo o mundo se ofereceram para tatuar suásticas de graça, para relembrar o passado multicultural do símbolo.

"A suástica é um símbolo de amor e Hitler abusou dela. Não estamos tentando trazer a hakenkreuz de volta. Isso seria impossível. E também não é algo que queremos que as pessoas esqueçam", afirma.

"Só queremos que as pessoas saibam que a suástica aparece de muitas outras maneiras, e nenhuma delas foi usada para nada ruim. Também queremos mostrar aos fascistas da direita que é errado usar esse símbolo. Se pudermos educar o público sobre o verdadeiro significado da suástica, talvez possamos tirá-las dos fascistas."

Mas para pessoas como Freddie Knoller, que experimentaram os horrores do fascismo, a ideia de aprender a amar a suástica não é assim tão fácil.

"Nós que passamos pelo Holocausto sempre vamos lembrar do que a suástica foi nas nossas vidas - um símbolo do mais puro mal", diz.

"Não sabíamos que ele já existia há tantos milhares de anos. Mas acho interessante que as pessoas saibam que nem sempre foi um ícone do fascismo."

 

De onde surgiram as línguas europeias?

Até pouco mais de dois séculos atrás se pensava que as línguas europeias modernas e antigas haviam se originado na própria Europa. O que mudou tal visão eurocêntrica foi a descoberta, anunciada em 1786 na Sociedade Asiática de Bengala, de que o sânscrito, a língua empregada nos textos védicos sagrados e na legislação hindu tinha uma origem comum com o grego e latim. O descobridor, Sir William Jones, era um juiz do supremo tribunal da Índia. Jones era também um especialista no persa falado pelos reis, e ao chegar a Calcutá, ele estudou com afinco o sânscrito antigo e seus derivativos modernos como o hindi e o urdu. Após a descoberta de Jones, muitas outras conexões foram descobertas entre as línguas europeias modernas e antigas e as línguas do subcontinente Indiano (Índia e Paquistão). O linguista Thomas Young (1773-1829), o mesmo que havia colaborado com o colega francês Jean-François Champollion (1790-1832) na descodificação dos hieróglifos egípcios, deu o nome de indo-europeu à língua mãe das línguas europeias mais o sânscrito e seus derivativos.

Indo-europeus

De acordo com a definição de indo-europeu encontrada no Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “diz-se de ou indivíduo dos indo-europeus, povos originários das estepes da Ásia central ou dos planaltos iranianos (também chamados arianos) que, a partir do final do Neolítico, se expandiram para a Europa, Pérsia e península da Índia” ou “diz-se de ou tronco (chamado também por alguns de família) de línguas aparentadas, faladas em parte da Ásia e em grande parte da Europa”.

A utilização do termo indo-europeu refere-se a dois tipos de características destes povos. Primeiro, a localização geográfica em que se encontravam naquela época e, segundo, a semelhança nos idiomas que utilizavam. Eles se localizavam em diversas regiões da Europa como a indo-gangética, planalto iraniano e parte ocidental da Ásia. Já no campo linguístico, utilizavam línguas europeias que se relacionavam como a germânica, a eslava, a latina e a grega. O mesmo acontecia com as línguas asiáticas: sânscrito e iraniano.

 

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