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México, tão longe de Deus, tão perto dos EUA

Escrito por REGINALDO DOS SANTOS AURESLINO em 02/08/2018

Na Califórnia, 30% das pessoas falam espanhol como 1ª língua; no Arizona, 1/4 da população domina o idioma; no Novo México, 30% falam espanhol; e no Texas, que tem a maior fronteira, 35% é são origem hispânica.
 
MÉXICO: "TÃO LONGE DE DEUS E TÃO PERTO DOS ESTADOS UNIDOS"
O México é o país mais importante da porção norte da América Latina. Junto com o Brasil e a Argentina forma o conjunto dos países mais desenvolvidos do continente. Dono de uma posição geográfica privilegiada, possui duas amplas fachadas litorâneas: uma voltada para o Oceano Atlântico, formada pelo Golfo do México, que facilita as ligações do país com a Europa; outra voltada para o Oceano Pacífico, que inclui o Golfo da Califórnia e a península homônima, e que facilita o contato do país com o Extremo Oriente.
Até o século passado o México integrou o império colonial espanhol, o chamado "Vice Reinado da Nova Espanha". Enquanto a colônia forneceu várias riquezas minerais aos conquistadores, principalmente ouro e prata. Ao se tornar independente, o México adotou a forma monárquica, e seu território incluía grande parte da América Central e quase toda a porção sul-sudoeste do atual território dos Estados Unidos. Mas, quando o império mexicano foi desfeito, em 1823, a parte da América Central dele se separou. Depois, organizado sob forma de República, o México tentou se consolidar através de uma federação de estados semi-autônomos, ao que se opuseram forças centralistas. Isso levou o país a um longo período de conflitos internos, ascensão e queda de políticos oportunistas( os "caudilhos"), que acabaram por ensejar intervenções externas.
O México foi uma das primeiras vítimas do nascente imperialismo norte-americano no século XIX. Num primeiro momento, os Estados Unidos sabotaram a possibilidade de se formar um Estado forte próximo à sua fronteira sul. Em seguida, explorando as instabilidades internas do México, conquistaram mais de 1 milhão de quilômetros quadrados de territórios originalmente mexicanos.
Esses territórios correspondem aos atuais estados norte-americanos do Texas, Arizona, Novo México e Califórnia.
territórios roubados do México
 Desde então, a política externa mexicana tem sido determinada, em grande parte, pelas relações que o país mantém com os Estados Unidos. Embora acomodado pela necessidade de guardar um certo "respeito" em relação aos interesses de seu importante vizinho, o México mantém ainda muito vivos certos sentimentos de antagonismo que, apesar das declarações oficiais de amizade, ainda persistem. Isso porque as intervenções norte-americanas no México deixaram fortes lembranças de ultrajes, que o tempo não conseguiu apagar inteiramente. Manter distância, até onde for possível, dos Estados Unidos é uma espécie de lema mexicano.
"Pobre do México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos" a frase criada por Lázaro Cárdenas, presidente do México em 1934, ilustra bem a situação não só do México, mas de toda a América Latina perante os Estados Unidos.
Algumas das principais intervenções do EUA na América Latina
1898: Anexação de Porto Rico
1901: Imposição de protetorado sobre Cuba
1903: Apoio à  separação do Panamá da Colômbia: foi firmado o tratado que dá aos EUA o domínio perpétuo do Canal
1906/1909: Intervenção em Cuba
1909/1912: Ocupação da Nicarágua
1914: Ocupação do Haiti
1914: Inauguração do Canal do Panamá
1914: Ocupação da República Dominicana
1916: Compra das Ilhas Virgens da Dinamarca
1916: Assinatura do tratado que dava direitos de construção de um canal interoceânico na Nicarágua
1927/1933: Ocupação da Nicarágua
1947: Os EUA forçam o rompimento diplomático entre os países latino-americanos e a União Soviética
1947: Criação do Tratado Interamericano de Ajuda Recíproca(Tiar)
1948: Fundação da Organização dos Estados Americanos (OEA)
1958: Apoio à  derrubada do governo da Guatemala
1955: Apoio à  derrubada do governo Perón na Argentina
1961: Tentativa de invasão de Cuba por exilados e mercenários financiados pela CIA
1962: Pressões diplomáticas para expulsar Cuba da OEA
1964: Apoio ao golpe militar no Brasil
1966: Apoio ao golpe militar na Argentina
1971: Apoio ao golpe militar na Bolívia
1973: Apoio aos golpes militares no Uruguai e Chile
1976: Apoio ao golpe militar na Argentina
1981/1988: Apoio aos "contra" da Nicarágua
1982: Apoio aos britânicos na Guerra das Malvinas
1983: Invasão de Granada
1985: Apoio à derrubada da ditadura no Haiti
1989: Invasão do Panamá
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