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Qual é o país mais pobre da América?

Escrito por REGINALDO DOS SANTOS AURESLINO em 02/08/2018

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QUAL É O PAÍS MAIS POBRE DA AMÉRICA?

- No ano de 1493, aos 25 do mês de Outubro, tornou Christovã Colõ às Antilhas, e da barra de Calez tomou sua derrota, levando 17 velas e 1500 homens nelas (...)

- (...) logo viram muitas outras, a que puseram o nome Virgens, ainda que os da terra lhe chamam as Quiribas, por ser de homens guerreiros e bons flecheiros(...)

Quiribas: Caribe – região da América Central -  caribes, caraíbas ou karibs (do tupi Kara ' ib; sábio, inteligente) são povos indígenas das Pequenas Antilhas, que deram o nome ao mar do Caribe. Sua origem estaria no sul das Índias Ocidentais e na costa norte da América do Sul. - família linguística que, no Brasil, distribui-se por Roraima, Amapá, Norte do Pará e do Amazonas e Mato Grosso, compreendendo cerca de 20 línguas vivas; estendem-se tb. pela Guiana Francesa, Guiana e Venezuela.

A princípio a Ilha foi uma base de piratas.

Será este pequeno reino esquecido que acolheu Simon Bolivar em 1815 e financia a sua iniciativa independentista da América do Sul, com o compromisso de que nas novas repúblicas terminassem com a escravatura.

O registro seguinte mais significativo é a revolução do Haiti na transição de 1800, primeiro com Toussant, que acaba preso, e depois com Jacques I, que mantém a independência e sagra-se imperador do Haiti em 1805. Acabara de derrotar a armada francesa liderada pelo cunhado de Napoleão.

Nome oficial: República do Haiti - Organização do Estado: República presidencialista

Capital: Porto Príncipe - Área: 27,750 Km2 - Unidade monetária: Gourde

Maiores cidades: Porto Príncipe, Jacmel, Gonaïves e Cap Haïtien - População (2016): 10,8 milhões

Geografia e População: O Haiti ocupa o oeste da ilha de Hispaniola (a República Dominicana situa-se na porção oriental da ilha), no mar do Caribe. Seu relevo é montanhoso e a agricultura é a base da economia. É a nação mais pobre do continente americano e apresenta uma das mais elevadas densidades populacionais do mundo. O Haiti apresenta duas planícies montanhosas, que fecham o Golfo de Gonaives e são separadas por vales e outras planícies. A região sul é montanhosa, e lá está localizado o ponto mais alto do país, o Pico La Selle. O rio mais importante de todo o território haitiano é o Artibonite, que se origina na península do norte. Seu clima é tropical, caracterizado pela pouca variação de temperatura nas estações do ano. A temperatura média anual gira em torno de 27ºC e chuvas caem em maior quantidade nas zonas montanhosas.

Os idiomas adotados no Haiti são o francês e o créole. Noventa e cinco porcento da população é negra, sendo os 5% restantes mulatos e brancos. Ainda que haja uma força de trabalho estimada em 3,6 milhões, há escassez de mão-de-obra qualificada, e o índice de analfabetismo é de 47,1%. O Haiti sofre com uma altíssima taxa de desemprego e subemprego; mais de dois terços da população em empregos informais.

HAITI: A maldição branca Por: Eduardo Galeano
 O Haiti foi o primeiro país onde se aboliu a escravidão. Contudo, as enciclopédias mais conhecidas e quase todos os livros de escola atribuem à Inglaterra essa histórica honra. É verdade que certo dia o império que fora campeão mundial do tráfico negreiro mudou de ideia; mas a abolição britânica ocorreu em 1807, três anos depois da revolução haitiana, e resultou tão pouco convincente que em 1832 a Inglaterra teve de voltar a proibir a escravidão.
Nada tem de novo o menosprezo pelo Haiti. Há dois séculos, sofre desprezo e castigo. Thomas Jefferson, prócer da liberdade e dono de escravos, advertia que o Haiti dava o mau exemplo, e dizia que se deveria “confinar a peste nessa ilha”. Seu país o ouviu. Os Estados Unidos demoraram 60 anos para reconhecer diplomaticamente a mais livre das nações. Por outro lado, no Brasil chamava-se de haitianismo a desordem e a violência. Os donos dos braços negros se salvaram do haitianismo até 1888. Nesse ano o Brasil aboliu a escravidão. Foi o último país do mundo a fazê-lo. 

O Haiti voltou a ser um país invisível, até a próxima carnificina (ou terremoto). Enquanto esteve nas TVs e nas páginas dos jornais, no início deste ano, os meios de comunicação transmitiram confusão e violência e confirmaram que os haitianos nasceram para fazer bem o mal e para fazer mal o bem. Desde a revolução até hoje, o Haiti só foi capaz de oferecer tragédias. Era uma colônia próspera e feliz e agora é a nação mais pobre do hemisfério ocidental. As revoluções, concluíram alguns especialistas, levam ao abismo. E alguns disseram, e outros sugeriram, que a tendência haitiana ao fratricídio provém da selvagem herança da África. O mandato dos ancestrais. A maldição negra, que empurra para o crime e o caos.
Da maldição branca não se falou.
A Revolução Francesa havia eliminado a escravidão, mas Napoleão a ressuscitara:
- Qual foi o regime mais próspero para as colônias?
- O anterior.
- Pois, que seja restabelecido.
E, para substituir a escravidão no Haiti, enviou mais de 50 navios cheios de soldados contra os haitianos. Os negros rebelados venceram a França e conquistaram a independência nacional e a libertação dos escravos.
Em 1804, herdaram uma terra arrasada pelas devastadoras plantações de cana-de-açúcar e um país queimado pela guerra feroz. E herdaram “a dívida francesa”. A França cobrou caro a humilhação imposta a Napoleão Bonaparte. Recém-nascido, o Haiti teve de se comprometer a pagar uma indenização gigantesca, pelo prejuízo causado ao se libertar. Essa expiação do pecado da liberdade lhe custou 150 milhões de francos-ouro. O novo país nasceu estrangulado por essa corda presa no pescoço: uma fortuna que atualmente equivaleria a US$ 21,7 bilhões ou a 44 orçamentos totais do Haiti atualmente. Muito mais de um século demorou para pagar a dívida, que os juros multiplicavam. Em 1938, por fim, houve a redenção final. Abandonado pela França, o país não fala mais francês, é o creole sua língua oficial, um misto de línguas africanas, espanhol, francês e inglês.
Nessa época, o Haiti já pertencia aos bancos dos Estados Unidos. A religião oficial é o vodu, de origem africana. 90% são católicos e 100% é praticante do vudu. No vodu acreditam os haitianos que podem dominar um corpo sem alma e comandá-lo a seu bel prazer criando um verdadeiro zumbi.
Em troca dessa dinheirama, a França reconheceu oficialmente a nova nação. Nenhum outro país a reconheceu. O Haiti nasceu condenado à solidão. Tampouco Simon Bolívar a reconheceu, embora lhe devesse tudo. Barcos, armas e soldados lhe foram dados pelo Haiti em 1816, quando Simon Bolívar, libertador da América, chegou à ilha, derrotado, e pediu apoio e ajuda o Haiti lhe deu tudo, com a única condição de que libertasse os escravos, uma idéia que até então não lhe havia ocorrido. Depois, o herói venceu sua guerra de independência e expressou sua gratidão enviando a Port-au-Prince uma espada de presente. Sobre reconhecimento, nem uma palavra.
Na realidade, as colônias espanholas que passaram a ser países independentes continuavam tendo escravos, embora algumas também tivessem leis que os proibia. Bolívar decretou a sua em 1821, mas, na realidade, não se deu por inteirada. Trinta anos depois, em 1851, a Colômbia aboliu a escravidão, e a Venezuela em 1854.
Em 1915, os fuzileiros navais desembarcaram no Haiti. Ficaram 19 anos. Entre 1957, sob um forte discurso populista, chega à presidência François Duvalier, o famoso Papa Doc. O governo norte-americano apoiou o regime de Duvalier porque sabia de sua utilidade anticomunista.  Morto em 1971, Papa Doc foi substituído por seu filho, Jean-Claude, o Baby Doc que durou até 1985. O Regime dos Duvalier se baseava na repressão e violência. A polícia do Regime, os Tontom Macoute (que significa Bichos-papões) espalhava o terror no Haiti durante a era Duvalier. 

 Agora, o Haiti importa todo seu arroz dos Estados Unidos, os especialistas internacionais dizem que é um pessoal bastante distraído, se esquecem de proibir as tarifas alfandegárias e os subsídios que protegem a produção nacional.
Na fronteira onde termina a República Dominicana e começa o Haiti, há um cartaz que adverte: o mau passo.
Do outro lado está o inferno negro. Sangue e fome, miséria, pestes…
Nesse inferno tão temido, todos são escultores. Os haitianos têm o costume de recolher latas e ferro velho e, com antiga maestria, recortando e martelando, suas mãos criam maravilhas que são oferecidas nos mercados populares.
O Haiti é um país jogado no lixo, por eterno castigo à sua dignidade. Ali jaz, como se fosse sucata. Espera as mãos de sua gente.

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