A arte de escrever
Escrito por GHISLAINE PINHEIRO TEODOZIO DOS SANTOS em 23/03/2015
O registro escrito é um ato humano extremamente capcioso. O escritor tem sempre uma intenção muito bem direcionada para sua ação e a sua análise mais detidamente permite que quase enxerguemos sua alma (se é que me entendem).
Ao escolher uma palavra em um universo de tantas outras de sua língua, o falante demonstra também seu meio familiar, social, sua instrução, personalidade e opções políticas ou até sexuais...
A s diversas nuances que a fala pode denunciar frente a sua intencionalidade nem sempre são captadas pela escrita, tão pouco a velocidade de nosso veloz pensamento. Pequenas dificuldades enfrentadas bravamente por todo aquele que busca expressar-se bem por escrito, já que outras dificuldades já foram vencidas, ou deveriam ter sido, para o real advento da escrita - aquela que consegue captar não só o mundo real, mas todas as possibilidades de sentimentos e emoções nela contidas.
Grande é o trabalho do professor alfabetizador nesse processo de letramento para que o aluno perceba quão grandioso é o ato de escrever. Mas sabemos que esta tarefa hercúlea não tem prazo nem dimensões findáveis. É um processo de amadurecimento pessoal e de auto-construção. Nossos colegas professores que instrumentalizam o aluno ao uso da língua materna tentam cotidianamente lapidar o diamante bruto que cada um de nós possui, mas está ciente das muitas influencias que seu aluno sofrerá para o bem falar e escrever.
Por isso mesmo gostaria aqui de deixar meu respeito e admiração aos professores que misturam no cimento do seu dia-a-dia, o auxílio ao próximo a expressar-se melhor com as palavras e nesta labuta conseguem deixar um pouquinho de si em cada aluno e levam um bocadinho de cada um deles. Esta é a arte contida em nosso ofício e inspira a construção de um mundo mais bonito, porque dá asas a imaginação e liberta a poesia presa dentro de cada um de nós - exercício de percepção do imaterial.
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