Principal » Posts » Visualizar

A invenção de queijos.

Escrito por ANTONIO PAULO DE AMORIM FERREIRA MORAES em 15/02/2013

          As primeiras tentativas de se aproveitar o leite dos rebanhos leiteiros deve ter sido um momento crucial na vida dos povos caçadores-coletores para formação de uma nova exploração de recursos, uma nova “tradição” cultural, como o nascimento de uma pecuária primitiva.

 

 

 

 

         Ora a grande maioria das pessoas tem problemas com a ingestão de leite e esse problema já foi bem maior no passado, os que se aventuravam a beber leite sofriam com sérias indigestões e dores estomacais. Então a tentativa de se processar o leite, transformando-o em um derivado de consumo certamente teve um impacto muito positivo na dieta dos primeiro agricultores e ceramistas pré-históricos.

         Transformar o indigesto leite em um tipo de queijo certamente mudava o comportamento de busca alimentar dos aldeões, fazendo-os experimentar um alimento agradável que poderia ser facilmente transportado e que não era facilmente perecível.

         Ao encontrar uma razoável quantidade de cacos e pedaços de jarros de cerâmicas, marcados com resíduos de leite, pertencentes ao sétimo milênio a noroeste de Anatólia confirma-se as primeiras evidências de uma forma de processamento de um derivado do leite para consumo, embora a prática exata não se possa ser explicitamente definida.

Sítios arqueológicos do início do Neolítico na Europa do sexto milênio aC ricos em fragmentos de jarros perfurados por pequenos buracos, marcações interpretadas tipologicamente como marcas de queijo aderidos a vasos de cerâmicas onde certamente eram guardados (conforme diagrama da imagem), embora ainda não se tenha conseguido demonstrar uma associação direta com um tipo regular e habitual de se processar o leite.

Esses resíduos orgânicos preservados em vasos de cerâmica têm fornecido evidência direta para o uso de leite no início do período Neolítico no Oriente Médio e Sudeste da Europa, África do Norte, Dinamarca e as Ilhas Britânicas, com base nos valores δ13C e Δ13C (carbono radioativo) dos principais ácidos graxos derivados do leite. Aqui nós aplicamos a mesma abordagem para investigar a função de tipo de coador ou peneira que fornece evidências direta como uma fase de processamento químico de leite. A abundante presença de gordura de leite em vasos de cerâmica são comparáveis ​​a forma dos queijos modernos, fornecendo provas convincentes que esses jarros eram utilizados para separar a coalhada rica em gordura e soro de leite rico em lactose.

Essa nova evidência enfatiza a importância do uso desses vasos de cerâmica no processamento de produtos lácteos, em particular no fabrico de produtos de reduzido teor de lactose do leite entre os indivíduo  “intolerantes” à lactose.

A transformação do leite em queijo, coalhadas e iorgute foi o primeiro passo do homem primitivo a se apropriar de uma nova forma de saciar a fome em momentos difíceis.

 

 

 

 

Referência:

A mais antiga evidência de queijos no sexto milênio aC no norte da Europa
Mélanie Salque, 1 Pedro I. Bogucki, 2 Joanna Pyzel, 3 Iwona Sobkowiak-Tabaka, 4 Ryszard Grygiel, 5 Marzena Szmyt6 & Richard P. Evershed1
Nome Jornal AffiliationsContributionsCorresponding autor:
Natureza
Ano de publicação:
(2012)
DOI:
doi: 10.1038/nature11698
Received26 julho 2012 Accepted23 outubro 2012 Publicado online12 dezembro 2012

 

 


    

0
Comentários


Deixe aqui seu comentário:



Digite o código acima:

*
Campos Obrigatórios.

2008 - 2014 Secretaria de Educação de Praia Grande
Coordenadoria de Programas de Inclusão Digital | Versão 2.0