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Afinal faz bem ou mal?

Escrito por ANTONIO PAULO DE AMORIM FERREIRA MORAES em 18/03/2015

- Recentemente a sociedade tomou conhecimento de uma divulgação do Dietary Guidelines Advisory Committee  que publicou um extenso relatório de 500 páginas indicando a inclusão de ovos nos cardápios das refeições. As descobertas ou no mínimo a interpretação delas pareciam estar em desacordo com as recomendações de longa data dos nutricionistas que defendiam idéia de se manter distante dos ovos e consequêntemente  do colesterol.

 

- A aparente contradição da ciência, acaba por confundir a sociedade fortalecendo a posição errônea:  - Porque ouvir nutricionistas e “especialistas” em nutrição quando não chegam a um consenso sobre o que de fato é saudável?

 

- Orientações sobre dietas datam dos finais de 1800 e têm evoluído ao longo das décadas em respostas as investigações científicas e é assim que sempre será,  uma investigação permanente e contínua. Com os avanços das novas tecnologias e dos equipamentos a ciência também refina seus resultados em quantidade e qualidade e apesar de aparente incertezas, há um bom tempo mais médicos e especialistas concordam no que de fato é saudável para o consumo.

 

- Aparentemente o público interpreta como incoerência científica porque o conhecimento científico recebe pouquíssima atenção dos meios de comunicação em comparação com manias ligadas aos modismos da alimentação.                                                                                               

 

- A somatória de dados resultantes de inúmeras pesquisas conduzidas pela Universidade de Harvard ao longo dos últimos 30 anos, têm demonstrado que a dieta estilo mediterrâneo – que enfatiza o consumo de nozes, azeite, frutas, verduras, legumes, grãos integrais e o desencorajamento a ingesta de carne vermelhas e açúcar  -  previnem as doenças cardiovasculares.

 

- Esses estudos fornecem sólidas evidências apontando para os benefícios de gorduras saudáveis ​​(como no óleo de nozes e oliva) e os efeitos adversos da adição de açúcar (refrigerantes e bebidas especialmente adoçadas com açúcar) e gorduras trans, uma forma de gordura que, felizmente, em grande parte, estão sendo abolidas partir de alimentos comercializados em restaurantes e mercearias.

 

- Infelizmente, a forma como as diretrizes do governo são elaboradas não se baseiam exclusivamente em pesquisas científicas, mas também sofrem o bombardeio dos interesses das industrias de alimentos e o desejo do governo de fazer orientações de fácil assimilação pública.

 

- Uma das pesquisas que acabou por virar um livro, publicado em 2000, chamado "Coma, beba e seja saudável," essa publicação tem colaborado com Departamento de Agricultura dos Estados Unidos a perceber que estava distante do alvo para promoção de uma dieta simplista com baixos teores de gordura. Enquanto o governo  demorou para adequar as recomendações, os recentes "ovos fazem bem" relatório reconhece o acúmulo de evidências, abandonando qualquer recomendação para um limite específico sobre o percentual de calorias provenientes de gordura.

O velho conselho de que "a gordura é ruim" foi uma mensagem simplista criada na tentativa equivocada de traduzir as pesquisas sobre os problemas com “gorduras saturadas”.

- É por essa razão que temos que resistir à tentação de usar as recentes descobertas de forma grosseira e simplificada afirmando que "gorduras são boas e carboidratos são ruins!" Alguns carboidratos - açúcares e carboidratos refinados - são ruins em grandes quantidades, enquanto outros (como todos grãos) são saudáveis. Lembrando que não há nenhuma pesquisa que sustente o consumo de carnes, carnes processadas e embutidos, juntamente com alimentos lácteos..

 

- Então, o que você deve fazer sobre planejamento de cardápio?

-  Não pense em alimentos isolados ou em nutrientes, mas procure pensar na sua alimentação ao longo de um dia inteiro. Coloque mais frutas e vegetais no seu prato, consuma nozes, avelã, amêndoas, feijões e alimentos a base de soja. Substitua os grãos refinados e batatas por grãos integrais, carne vermelha, especialmente produtos processados, como bacon e salame, não devem ser a peça central do seu prato, mas pode ser apreciado em pequenas quantidades de vez em quando.

 

- Quanto aos ovos - pesquisa, publicado em 1999 pelo Journal of the American Medical Association mostrou que apesar do colesterol o consumo de até um ovo por dia já não estava associado aos riscos de doenças cardiovasculares. Isso foi há 16 anos antes dos relatórios recentes interpretados como "novas" descobertas que na verdade reforçam, ou seja, dizem a mesma coisa. Por outro lado ainda sugerimos que pessoas com diabetes sejam orientadas a consumir clara de ovos com regularidade, outros podem apreciá-los no café da manhã, como ovos mexidos ou de outra forma.

- Os ovos são bem mais saudáveis do que um cereais açucarado mergulhados em tigelas com leite integral - mais saudável ainda é incluir na refeição da manhã, aveia, nozes, blueberries, e um pouco de iogurte.

 

A escolha é sua.

Walter Willet é presidente do Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard TH Chan Escola de Saúde Pública. Frank Hu é professor de nutrição e epidemiologia na escola. Meir Stampfer da escola de saúde pública que também contribuiu para esta coluna.

 

Adequação da publicação para os educandos/prof.Paulo Ferreira

https://www.bostonglobe.com/opinion/2015/03/11/that-new-report-cholesterol-actually-kind-old-news/xAV02K8lT46t77U4FY7e2I/story.html

 

 

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