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Educação, por todos os deuses! Por Gabriel Perissé em 17/10/2006 na edição 334

Escrito por ANTONIO PAULO DE AMORIM FERREIRA MORAES em 03/09/2015

A ONU divulgou neste começo de outubro que o mundo precisará de pelo menos 18 milhões de novos professores ao longo da próxima década para tornar possível o acesso universal ao ensino básico. Em setembro, o MEC revelou que, neste nosso Brasil brasileiro, necessitamos urgentemente de 700 mil novos professores no ensino médio e no fundamental.

O Inep apresentou recentemente outros dados, que refletem o dia-a-dia de milhares de crianças e professores: das nossas 162 mil escolas de ensino fundamental, 25 mil não têm luz elétrica, 129 mil estão à margem da internet, 40 mil não possuem biblioteca. E, para que fiquemos chocados: em 10 mil dessas escolas não há banheiros. Talvez só nos reste exclamar: Deus do céu!

Pois é a Deus que Antônio Ermírio de Moraes menciona e se dirige, quando pede educação para o país no título do livro que reúne artigos publicados pela Folha de S.Paulo nos últimos 15 anos:Educação, pelo amor de Deus! O ponto de exclamação reaparece em vários títulos desses artigos: ‘Ainda há esperança!’, ‘Recursos para a educação sim!’, ‘A bronca da professora!’, ‘Mais do que nunca, educação!’.

Mola quebrada

O ponto de vista do autor é o do empresário que analisa a educação como fator de desenvolvimento social e econômico. Sua perplexidade nasce de constatações, muitas delas apoiadas em números. Aliás, não será por falta de números assustadores (ou desalentadores) que ele continuará a suplicar pelo amor de Deus para que a educação se torne verdadeira prioridade nacional.

A revista Exame de (edição nº 877, de 27/9/2006), com base em estudos do Banco Mundial, encarregou-se de reforçar a idéia (parcialmente verdadeira) de que a educação calamitosa é a grande responsável pelo fato de uma pessoa estar fora do mercado de trabalho e produzir pouca ou nenhuma riqueza para o país.

Não sei como Deus poderá comover governantes, auxiliar docentes (tantos docentes doentes por conta da estressante realidade escolar!), recuperar estudantes que, em virtude de mil e um problemas familiares, chegam ao ensino médio (quando chegam!) com dificuldades alarmantes para ler, pensar, escrever!

Na concepção de Ermírio somos um país rico (terra, água, sol em abundância), mas com a mola quebrada. A mola é a educação. A educação sem qualidade nos desqualifica. Mas, pelo amor de Deus! Ou por todos os deuses! (Para fortalecer a oração.) Quando sairemos da perplexidade?!

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Gabriel Perissé  - Doutor em Educação pela USP e escritor

Referência:

https://observatoriodaimprensa.com.br/armazem-literario/educacao-por-todos-os-deuses/

Imagem adaptada/prof. Paulo Ferreira

https://www.google.com.br/search?q=educa%C3%A7%C3%A3o+por+deuses&safe=strict&espv=2&biw=1600&bih=799&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAcQ_AUoAmoVChMIrb_S4-XaxwIVhUOQCh14NAE9#safe=strict&tbm=isch&q=educa%C3%A7%C3%A3o+&imgrc=1Uyrq0xhpamWLM%3A

 

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Comentário


Elisete diz: Comentario feito em 09/09/2015

Surpreso com os números

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