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História uma experiência de futuro.

Escrito por ANTONIO PAULO DE AMORIM FERREIRA MORAES em 08/02/2013

 A História que sinalisa um caminhar mais seguro para a humanidade.

                 Não foram poucas as vezes que tive os timpanos perfurados ouvindo aberrações sobre  “O Estudo da História”, : - É só decorar que passa de ano;  - É só estudar o questionário; -  Decorou o questionário tá aprovado;  - Não é relevante, estuda o passado, hérois, presidentes e gente que já morreu;  - Uma chatice ficar decorando datas não serve prá nada. Nunca me serviu para nada.

                O que me ferve o sangue e ouvir essas besteiras em lugares onde jamais se espera que isso possa ocorrer, dentro das escolas, universidades e até por professores.

                Para amenisar essa otite, apresento aqui à provocação para os alunos e leitores de um texto que traduzi e adaptei a nossa realidade a partir da leitura de um dos textos de Logsdon :   

  O fazendeiro as avessas.
 Arqueologia e não a agricultura ensina a boa lavoura.
Em Gene Logsdon Blog em 27 de abril de 2011 às 07:53

                 De certa forma Longsdon defende a idéia de que um agricultor pode aprender muito mais sobre agricultura sustentável através do passado ao invez de considerar o cenário atual sustentado por toda as técnicas do mundo contemporâeno.

                A agricultura caminha a passos largos "para frente" e a arqueologia caminha "para trás", ambas com resultados vantajosos, mas as duas ciências marcham em direções opostas.

                A arqueologia pesquisa as consequências das intervenções feitas pelo homem no passado, algo como rever um filme, examinar e e compreender onde ocorreram erros e acertos das civilizações preteritas. Já na agricultura ou agronegócio se persegue um negócio rentável, lucrativo, que fixe o homem ao campo e que de alguma forma adie as migrações do homem do campo para os centros urbanos.

                Atualmente os arqueólogos estão desenterrando novas e valiosas informações especialmente na América Central e do Norte da África, onde várias formas de registros datáveis estão sendo compreendidos especialmente no Império Maia ou no Imperio Cartaginês. Por exemplo, os pesquisadores estão relatando novas evidências indicando que o Império Maia era talvez milhares de anos mais antigo do que se acredita ser e que na verdadea Península de Yucatán sustentou uma população de milhões de pessoas a mais do que os historiadores já haviam deduzido.

                A base do sustento dessa população estava alicerçada na agricultura do milho, onde os Maias estavam empenhados em descobrir formas ainda mais eficientes para aprimorar o cultivo de milho, e com o crescimento de uma população que exigia ainda mais o aumento de produtividade. Os milharais eram plantados em terraços elevados e campos de terras altas, através do aterro com lama rica em nutrientes extraídas das terras de pântanosas que eles não conseguiam drenar.

                Infelizmente, os Maias usaram o lucro das lavouras na construção de fortalezas e pirâmides gigantescas. O problema é que para edificações dessas construções se usava um tipo de cimento que se exigia a queima de grandes quantidades de madeira o. O resultado foi a transformação de florestas em campos de plantio e extração de madeiras para cozinhar  cimento levando ao inevitável caminho da erosão do solo. Parte dos frutos obtidos na agricultura era aplicado no esporte favorito dos seres humanos: A Guerra.

                A povoação começou a padecer com as consequencias dessas prática.

  - Você considera essa prática familiar?

                 Quando Roma arrasou Cartago a cerca de 100 aC, o general Cipião curiosamente tratou de resguardar algo surpreendente: uma coleção de livros.

- Sobre o quê?

 - Agricultura.

                O autor, Mago, tinha escrito um registro detalhado de como cultivar milho com sucesso em áreas de chuvas escassas.

                É simplesmente surpreendente tomar conhecimento de como os agricultores do Norte de África, naqueles dias, salvo a noção do regime de chuvas de inverno, inventavam o uso de todos os tipos de canalização, aquedutos, reservatórios, cacimbas, poços, terraceamento e até mesmo cisternas gigantes, para utilizar no verão e nos momentos de escassez de água.

                A terra, que então era um cerrado de ervas e arbustos dispersos transformavam-se em solos fecundos e produtivos.

                Hoje, na Tunísia, você pode ver as ruínas de um anfiteatro no que é agora um deserto,ele lembra muito o Coliseu em Roma. Que poderia abrigar até 60.000 pessoas, um monumento na paisagem da localização de uma cidade antiga, Thysdrus, agora quase toda soterrada pelas areias. Em todo o Norte de África cidades soterradas, templos, casas de banho com banheiras de mármore, equipadas com salas de banhos, banheiros com descarga de água, armazéns enormes, celeiros para trigo e azeite de oliva. Provou-se que este deserto não foi causado por mudanças climáticas. Chove sobre tanto no Norte da África, hoje como antes. Guerras e outras extravagâncias aliados a riqueza e a transformação das terras altas na orla do deserto do Saara foram transformadas em pastos, degradando solo das áreas agrícolas. Os nômades saqueavam os agricultores e pastores, conflitos e caos levaram ao abandono de métodos de agricultura.

                Olhando para as imagens  do anfiteatro Thysdrus eu passo a pensar: Será que das duas arenas esportivas em Kansas City algum dia estarão em ruínas em meio a um deserto também?


                 - Ah, você é um escritor estúpido.

                - Não há nenhum problema.

                - Nós apenas manipulamos alguns genes no milho que é de se admirar e construimos tratores maiores e máquinas mais eficiêntes.

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Comentários


Diego Mendoza Ferreira diz: Comentario feito em 08/02/2013

Estúpido, não. Sem dúvida, o passado nos revela muito mais do que somente história. Os erros e acertos podem ser somados resultando numa atitude presente positiva, se os acertos forem maiores que os erros, como na matemática. E é pelo ESTUDO da história que isso acontece.

Graúnis diz: Comentario feito em 08/02/2013

Parabéns ao Prof. Paulo ! Um trabalho maravilhoso, em quase 40 anos dedicados a educação e cultura é um prazer imenso ver um educador com essa dedicação.

claudia_bevi@ Yahoo.com.br diz: Comentario feito em 08/02/2013

Nossa, mudou a minha vida!rss. Sério, aprendemos e melhoramos muito com a história,porém tbm descobrimos que depois de muitos séculos, algumas coisas continuam as mesmas. Parabéns meu querido amigo pelo blog.bjão no seu coração.

Di diz: Comentario feito em 18/02/2013

É isso mesmo. A História é uma matéria fascinante para quem gosta e aprendeu a entender que ela é feita de, e por sujeitos “históricos” reconhecendo-se como tal. Na Pedagogia, por exemplo, enfatiza-se que nenhuma área da Ciência é isolada, seja a Economia, Geografia, Antropologia, Sociologia Filosofia, Arqueologia, Antropologia e a própria História, entre tantas, precisam uma das outras para elucidar cada momento vivido pela humanidade, isso envolve as formas de subsistência, relação comercial, religião, arte, trabalho, agrupamento, visões de mundo, materiais que revelam o modo de vida de cada sociedade. Estudar e ensinar Historia exige que professores e alunos usem criticidade na interpretação dos fatos já que o livro didático, a maioria, apresenta de forma estática e acabado o conteúdo. Seu texto é uma prova que para gostar, entender e utilizar a História, é necessário adentrar nos fatos de forma atuante. Entender que o passado não pode ser mudado, mas que pode ser redescoberto e que estas descobertas podem alterar ou transformar os fatos atuais. Parabéns Professor Paulo, com certeza você esta fazendo história.

Ananda Berger diz: Comentario feito em 15/04/2013

Parabéns Prof.Paulo pelo texto maravilhoso.

Ananda Berger diz: Comentario feito em 15/04/2013

Parabéns pelo texto prof Paulo.

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