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Livros, uma recomendação médica.

Escrito por ANTONIO PAULO DE AMORIM FERREIRA MORAES em 09/02/2013

 

A   P A I X Ã O   P E L O S   L I V R O S   É   A   M A I S   B E N É F I C A  das compulsões humanas. A bibliomania, o “furor de ler livros e de os ter”, como definiu d’Alembert, garante a quem por ela é acometido prazeres sutis e constantes. Para um bibliômano como Montaigne, a companhia dos livros é preferível à dos homens e das mulheres. A biblioteca é uma espécie de harém, nas palavras de Emerson, ou a própria imagem do paraíso, na opinião de Borges.

Flaubert nos apresenta a história do louco por livros que chegou ao extremo do assassinato. Já Milton advoga que a morte de um livro é mais odiosa que a morte de uma pessoa. “Quem mata um homem mata uma criatura racional, feita à imagem de Deus, mas aquele que destrói um bom livro mata a própria razão, mata a imagem de Deus.” Tanto poder fez do livro uma ameaça a impérios.

Condenado que foi por ler e pensar por conta própria, o russo Chalámov, em texto inédito no Brasil, reconta sua dolorosa passagem pelos campos de concentração soviéticos através dos raros livros que pôde ler. À mesma época, do outro lado do mundo — política e geografi camente —, Saroyan enfrentava o dilema entre separar-se de seus livros ou sobreviver.

Quem, por outro lado, goza em tranqüilidade da companhia dos livros nos dá testemunho de seu prazer. Plínio Doyle e Carlos Drummond, amigos entre si, partilham em seus textos os momentos de felicidade proporcionados pelos livros, endossando a frase de Montesquieu, que nunca conheceu dissabor que uma hora de leitura não dissipasse.

“A virtude paradoxal da leitura é de nos abstrair do mundo para nele encontrar algum sentido”, diz Pennac. Em momentos em que o mundo não parecia fazer qualquer sentido — entre guerras e choques de utopias — os livros e os bibliófilos atravessaram momentos desesperadores e sobreviveram fortalecidos. Se hoje o mundo nos mostra mais incertezas que esperanças, não será a paixão pelos livros uma forma de reafirmar os valores do homem que jamais serão abalados pela política e pela guerra?

Queremos contagiar o maior número possível de pessoas, ou, no dizer de José Mindlin, inoculá-las com essa loucura mansa.

Que nosso caminho seja manso e pacifico um abraço todos/Paulo Ferreira

 

Bibliografia:

 

https://www.casadapalavra.com.br/_img/arquivos/16/1.pdf?PHPSESSID=712dbd086133f6066494ba4fdfbc70ea – Modificado/Paulo Ferreira/2012

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Comentário


Diego diz: Comentario feito em 17/02/2013

Alguns livros (especificamente Espíritas) me deixam realmente fascinados. Sei bem que paixão é essa, em que a gente não quer desgrudar um segundo... choramos, rimos, nos assustamos (mas são palavras!) e como nos assustamos com a impressão que aquelas palavras quietas causam em nossa mente pela leitura. É um mundo novo, um conselho amigo, uma outra visão...

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