Moluscos, poder e poluição - 2a. edição
Escrito por ANTONIO PAULO DE AMORIM FERREIRA MORAES em 20/05/2015
Publicado em 13/06/2010.
A púrpura real é um pigmento roxo extraído de glândulas de moluscos e que no passado foi usado exclusivamente como a “cor da família real”. Mencionada em textos que datam de 1600 anos antes do presente, descrevem que o tingimento de vestes era uma das principais atividades de manufatura organizada que mobilizavam fenícios e romanos de Cartagena. A combinação: cor e a seda se transformaram num comércio de luxo. As togas dos imperadores romanos eram tingidas com a púrpura imperial, a técnica de tingimento usava a extração de pigmento do caramujo Murex sp. O método de obtenção do pigmento consistia em extrair uma grande quantidade de glândulas dos moluscos que eram aferventadas com cinzas. Posteriormente se tingia os tecidos e os estendiam ao Sol finalizando o processo. O resultado era uma cor púrpura única de extrema beleza. Grandes quantidades desses caramujos eram sacrificadas, suas conchas e seus restos se acumulavam aos montes. A cor púrpura tornou-se símbolo de riqueza e poder para romanos e fenícios. Nero puniu com a morte o uso da púrpura e Cleópatra tinha as velas de sua embarcação tingidas com a púrpura real. Escavações revelaram casas decoradas com afrescos com uso da púrpura um documento escrito em 1400 AP inclui 70 fórmulas para tingimento de lã, a maioria com uso do roxo de murex. O documento ainda descreve um tintureiro:- “...suas mãos fedem, ele tem cheiro de peixe apodrecido...”
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