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O Povo Hadza

Escrito por ANTONIO PAULO DE AMORIM FERREIRA MORAES em 27/02/2013

  

 

             Segundo a literatura o Povo Hadza está reduzido a cerca de mil indivíduos dos quais de trezentos a quatrocentos forrageiam os áridos campos cerrados nas remotas planícies ao norte da Tanzânia, mantendo a prática de caçadores-coletores.

 

            As mulheres formando grupo de 3-8 indivíduos recolhem os frutos do baobá, colhem mel, morangos silvestres e os frutos do cerrado, e cavam raízes e tubérculos comestíveis.

            Os homens tambem coletam frutos de baobá, colhem mel e se ocupam da prática solitária da caça com arco e flecha, podendo associar-se com outro caçador para passar as noites próximos as pequenas cisternas onde os animais são mortos por emboscadas.

            As crianças ainda bem cedo já participam da prática de forragear e com dez anos são capazes de completar metadade das suas calóricas

            Cerca de 30 indivíduos vivem nos campos dependendo da estação esse número pode flutuar numericamente. Por exemplo, durante a estação seca que vai de junho à dezembro o número de caçadores-coletores é maior perto das nascentes.

            A carne de caça é levada ao acampamento é compartilhada de forma bastante igualitária entre entre as famílias.

            Os hadzas são descritos como igualitário já que não há uma clara hierarquia de dominação, embora as mulheres hadzas sejam bastante independentes os homens são dominantes com as mulheres. Os casamentos não são arranjados e o divórcio é comum embora a monogamia seja a norma. Por essas razões os hadzas são melhor definidos como monogâmicos. Casamentos com outros grupos é étnicos são raros.

            A idade do primeiro casamento começa um pouco mais cedo para as mulheres em torno dos 17 anos e é mais comum que os casais passem a viver com os parentes das esposas embora haja flexibilidade na moradia.

            Quando convidadas a listar as caracterírsticas consideradas para escolha do marido as mulheres apontam o carater com mais frequência, seguido da beleza, da capacidade de conseguir alimento, da fertilidade, fidelidade e juventude (Marlowe, 2004)

            A necessidade de se estudar os caçadores-coletores não reside apenas no fato de que esses ocupam o extremo da vida moderna, mas também um modo de vida ecologicamente relevante. Consideremos que até bem pouco tempo o homem vivia como caçador-coletor e a dependência da agricultura é relativamente muito recente ocorrendo a apenas 1% dos últimos dois milhões da atividade como agricultor. Apesar do povo Radza residam em uma área do planeta que ainda hoje é muito diferente daquela que nossos ancestrais passaram a maior parte de sua existência, é importante lembrar que os radzas rerpresentam apenas um dos diversos grupos de caçadores-coletores encontrados em todo planeta. Por isso, os cuidados devem ser tomados para pensar neles como “típico” de todos caçadores-coletores

           
            Sabemos atualmente que existe uma consideráve diversidade de povos que praticam o forrageamento mas é importante ressalvar que os hadzas são típico forrageadores com a característica-chave de uma prática bilateral, são igualitários o que os coloca como típicos caçadores-coletores. Marlowe, em seu livro O hadza caçadores-coletores da Tanzânia, dedica um capítulo comparando o Hadza com 237 sociedades coletoras de clima quente.

            Tenho realizado muitas pesquisas com os hadza explorarando as origens de muitas preferências e comportamentos humanos. Especificamente tenho conduzido pesquisas sobre as preferências de atratividade, preferências econômicas e as origens de vieses cognitivos e a evolução da sociabilidade humana e de cooperação.

 

 

 

https://ngm.nationalgeographic.com/2009/12/hadza/finkel-text/13

https://sites.google.com/site/thehadzabushmenoftanzania/who-are-the-hadza

 



[1] Confira a pesquisa Alyssa Crittenden sobre partilha de alimentos em crianças.

[2] ver Brian Wood para uma análise mais profunda.

 

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