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Os primeiros fazendeiros.

Escrito por ANTONIO PAULO DE AMORIM FERREIRA MORAES em 14/02/2013

 

A análise de cacos de cerâmica indicam que uma forma de Iogurte pode ter sido incorporado ao cardápio dos  norte-africanos há cerca de 7.000 anos, segundo recente publicação da Nature 1.

 

Achados de antigos pedaços de jarros de cerâmica, impregnados com gordura de leite de vaca foram desenterrados em um sitio arqueológico confirmando uma antiga suspeita dos arqueólogos, que adultos dessa região conseguiam ter tolerância ao consumo de leite.

A mesma equipe de pesquisadores já havia identificado previamente as primeiras evidências de produção leiteira em cacos de cerâmica a cerca de 9.000 anos em Anatolia 2. Mas os resultados de 7.000 anos, ainda anteriores ao surgimento e disseminação de genes que conferiam a população adulta a capacidade de digerir a lactose do leite. Confirmação dos estudos do arqueólogo biomolecular Richard Evershed da Universidade de Bristol/Reino Unido, que liderou a pesquisa com a cientista arqueóloga Julie Dunne.

Ele sugere que fazer iogurte pode ter sido uma saída para tornar os produtos lácteos mais digeríveis.

"Eles até poderiam ter bebido leite, sem sofrer os efeitos da indigestão por lactose”, afirma Evershed." Talvez eles foram processando o leite para reduzir o teor de lactose".
Equipe Evershed e Dunne analisaram fragmentos de cerâmica que datam de 5200-3000 aC, escavados em um abrigo rochoso em Takarkori nas montanhas Acacus sudoeste da Líbia.

Embora essa área hoje fique no deserto do Saara há 7.000 anos, essa área teria sido uma das mais exuberantes paisagens capaz de suportar rebanhos leiteiros.
Takarkori e outros abrigos próximos foram o lar de gado e as cenas do passado foram retratadas através de pinturas coloridas nas paredes rochosas. Uma arte que retratam, cenas de vacas com grandes úberes cheios de leite junto com pessoas ordenhando vacas, embora as técnicas atuais ainda não permitem datar essas pinturas com exatidão.

Os arqueólogos também acharam fragmentos de ossos de rézes domésticas nesses locais, mas esses ossos ainda não permitem deduzir se os animais mantidos em cativeiro eram usados na ordenha, para o abate ou outros usos.

Evershed e Dunne esperavam resolver esses problemas através das análises dos resíduos de gordura deixadas sobre os cacos de cerâmica.


Os pesquisadores já examinaram 81 fragmentos de cerâmica, usando espectrometria de massa que identifica gordura animal específica e utilizando os níveis relativos de isótopos de carbono. Essas amostras de cacos de cerâmica aos menos 29 amostras confirmam com exatidão gorduras proveniêntes de alimentos lácteos.

Isótopos de carbono da gordura do leite também podem apontar para os tipos de pastos forrageados pelo gado leiteiro. Provas que consumiam diferentes tipos de plantas que incorporavam diferentes quantidades de carbono-13 em relação ao carbono-12. A equipe descobriu que as gorduras do leite vieram de uma considerável variedade de plantas, sugerindo que as pessoas que ordenhavam os animais se moviam muito, Evershed afirma. Eles podem até ter levado o gado a descer montanhas em busca de pastagens dependendo da época.
Mark Thomas, um geneticista da University College London, chama o mais recente trabalho "Uma Descoberta Comovente". Ele especula que mutações que permitiram que adultos digerissem a lactose, ou que a resistência a lactase se pronunciou há cerca de 6.000 anos na Europa e mais tarde esse gene se difundiu na população (pool gênico) africana, daí o consumo de leite ter sido uma atenuante ao clima abrasador.

Leite fresco era uma fonte confiável de alimento e as pessoas capazes de tolerar a lactose poderiam ter o benefício de se hidratarem melhor do que aquelas que não eram portadores do gene para resistência ao leite e consequentemente não consumiam essa bebida.

"Do meu ponto de vista, o que ele afirma é que tivemos uma pressão seletiva para a resistência a lactase na África muito cedo, o que conferia uma vantagem as pessoas portadoras do gene que permitia o sujeito a consumir leite na África", diz Thomas.

 

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