Padre-nosso
Escrito por ANTONIO PAULO DE AMORIM FERREIRA MORAES em 07/05/2015
- Vivo numa tênue linha divisória, uma ligação amorosa por livros antigos de páginas espessas, amareladas com as bordas serrilhadas, costurados por linhas e com aromas peculiares.
- No pequeno trecho aqui citado o livro leva o sinete do autor, tempos de outrora.
- Contrapondo toda esse romance por livros que por timidez me calo, surge essa maravilha tecnológica os fantásticos e-books, que na palma da mão me permite carregar alguns dicionários, coleções e coleções dos mais respeitáveis gênios da literatura, mas ...
- Independente das inclinações filosóficas e religiosas que me apego faço uso de aqui partilhar com os leitores essa preciosidade garimpada entre páginas a tão esquecidas.
Aquilino Ribeiro
Cruz Quebrada, janeiro de 1938
...
Se vivi enganado sempre foi
Minha tenção buscar a tua lei.
Sem me assustar, diante dos olhos,
A eternidade vejo e não posso
Julgar que um Deus, que o ser me deu,
Me haja de atormentar eternamente
Disse mais que também de Pope traduziu outra Oração, que se lhe afigura ser uma paráfrase do padre-nosso, escorreita de erros, ou, se os tem, tão imperceptíveis que não se notam:
Pai de tudo, adorado em tôda a idade,
Dos polos ao equador
Por bárbaros, por santos e por sábios,
Jove, Jeová, Senhor!
Sustento e paz hoje te peço de quanto
O sol doura com a luz sua,
Se é melhor que mos dês ou não, bem sabes,
Faça-me a vontade tua.
Vil sou mas não em tudo, pois me alenta
Teu sopro. Oh! Tu me guia
Na passagem, qualquer que for, da vida
Ou da morte neste dia.
Referência:
ANASTÁCIO DA CUNHA
O LENTE PENITENCIADO
LIVRARIA BERTRAND – LISBOA – 3ª.Edição – 1938 ( pag 179)
AQUILINO RIBEIRO
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