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Radioatividade só 20 gramas.

Escrito por ANTONIO PAULO DE AMORIM FERREIRA MORAES em 15/03/2011

A EXPERIÊNCIA COM “20 GRAMAS” DE CÉSIO RADIOATIVO EM GOIÂNIA/GO Uma das experiências mais traumáticas que os brasileiros de Goiânia experimentaram com material radioativo teve início quando catadores de lixo entraram em uma área abandonada da Santa Casa de Misericórdia em busca de ferro velho. Encontrando um aparelho de radioterapia em desuso decidiram retirar a pesada cápsula metálica convencidos de um lucro rápido e fácil. Em cinco dias desmontaram a cápsula de metal revestida com espessas paredes de chumbo expondo só cerca de 20 gramas de cloreto de césio – 137 (CsCl) um pó branco que no escuro emitia uma luz fluorescente azul onde Devair Alves Ferreira resolveu mostrar aos amigos e familiares. Com as mãos iluminadas passou o pó no rosto da filhinha que se brilhava do azul radioativo, encantados com o fenômeno alguns levaram amostras para casa. Decorrido algum tempo de exposição ao cloreto de césio começaram a surgir os sintomas da contaminação radioativa, náuseas, vômitos, diarréia, tontura e mal naqueles que tiveram algum contato com o material radioativo e que buscaram algum alivio nas farmácias, ambulatórios e hospitais da região. Decorridos 15 dias, só no dia 29 de setembro de 1987, quando a esposa do dono do ferro-velho resolveu levar partes da máquina de radioterapia até a sede da Vigilância Sanitária foi que se constatou a contaminação radioativa. Dado a extrema gravidade do problema a Secretaria de Saúde convocou emergencialmente aqueles que apresentavam os sintomas de contaminação para avaliação em um estádio de futebol da capital A primeira medida tomada foi separar todas as roupas das pessoas expostas ao material radioativo e lavá-las com água e sabão para a descontaminação externa. Após esse procedimento, as pessoas tomaram um quelante denominado de “azul da Prússia”, essa substância têm a capacidade de seqüestrar elementos radioativos que são eliminados através da urina e das fezes. Todos os cuidados e intervenções médicas não foram suficientes para evitar a morte da menina Leide das Neves, seu pai Ivo, Devair e sua esposa Maria Gabriela, e dois funcionários do ferro-velho. O trabalho de descontaminação dos locais contaminados e a retirada de todo o material e qualquer material contaminado com o césio-137 rendeu cerca de 6000 toneladas de lixo (roupas, utensílios, materiais de construção etc.) a um custo de 9 milhões de reais. O lixo radioativo encontra-se confinado em 1.200 caixas, 2.900 tambores e 14 contêineres (revestidos com concreto e aço) em um depósito construído na cidade de Abadia de Goiás, onde deve ficar por aproximadamente 180 anos. O acidente com Césio-137 foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.
Comentários ( 5 )
Paloma - 18/03/2011 07:46:29
Nossa, gostei da reportagem, nasci um ano antes do acontecido, é realmente uma coisa absurda o poder que estes elementos possuem...espero que o homem, tome conciencia de que não se pode brincar com isto, ou se usa-lo,usr com mais responsabilidade, não estão manuseando areia...
NUBIA FERREIRA GOMES - 31/03/2011 11:56:11
BOM GOSTEI MUITO E PARABENS
NUBIA FERREIRA GOMES - 31/03/2011 11:56:03
BOM GOSTEI MUITO E PARABENS
Reginaldo - 20/06/2011 23:25:22
Parece que a Alemanha já anunciou sua desistência de usar a energia nuclear como geradora de eletricidade. É um sinal positivo para o uso restrito e para fins medicinais. Um abraço Paulo!
mbqUYXFuJBmheEJGk - 12/04/2012 15:09:26
Te2nia Maria de Castro disse:Hugo meu Deus, como nf3s aqui ficamos peupcroados e ainda estamos. Vc tem raze3o, dinheiro e9 bom mas ne3o e9 tudo e nada como estar com a famedliaa0depois de um a0momento de sufoco como esse. Se Deus quiser, logo logo vc estare1 por aqui novamente. Fique com Deus e um beijo grande.

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