Prof Paulo Ferreira
E.M. Cidade da Criança
DURBAN - DIGNIDADE E JUSTIÇA PARA TODOS.
Escrito por ANTONIO PAULO DE AMORIM FERREIRA MORAES em 23/11/2011
Declaração de Durban
Questões Gerais
1. Declaramos que, para o propósito da presente Declaração e Programa de Ação, as
vítimas do racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata são indivíduos ou
grupos de indivíduos que são ou têm sido negativamente afetados, subjugados ou alvo
desses flagelos;
2. Reconhecemos que racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata
ocorrem com base em raça, cor, descendência, origem nacional ou étnica e que as vítimas
podem sofrer múltiplas ou agravadas formas de discriminação calcadas em outros aspectos
correlatos como sexo, língua, religião, opinião política ou de qualquer outro tipo, origem
social, propriedade, nascimento e outros;
3. Reconhecemos e afirmamos que, no limiar do terceiro milênio, a luta global contra o
racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata e todas as suas abomináveis
formas e manifestações é uma questão de prioridade para a comunidade internacional e que
esta Conferência oferece uma oportunidade ímpar e histórica para a avaliação e
identificação de todas as dimensões destes males devastadores da humanidade visando sua
total eliminação através, inter alia, da adoção de enfoques inovadores e holísticos, do
fortalecimento e da promoção de medidas práticas e efetivas em níveis nacionais, regionais
e internacionais;
4. Expressamos nossa solidariedade aos povos da África em sua luta incessante contra o
racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata e reconhecemos os seus
sacrifícios, assim como seus esforços para despertarem a consciência pública internacional
acerca destas tragédias inumanas;
5. Afirmamos, também, a grande importância que atribuímos aos valores de solidariedade,
respeito, tolerância e multiculturalismo, que constituem o fundamento moral e a inspiração
para nossa luta mundial contra o racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância
correlata, tragédias inumanas que durante demasiado tempo têm afetado os povos de todo
mundo, especialmente da África;
6. Afirmamos, ainda, que todos os povos e indivíduos constituem uma única família humana,
rica em sua diversidade. Eles têm contribuído para o progresso das civilizações e das
culturas que formam o legado comum da humanidade. A preservação e a promoção da
tolerância, do pluralismo e do respeito à diversidade podem produzir sociedades mais
inclusivas;
7. Declaramos que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos e
têm o potencial de contribuir construtivamente para o desenvolvimento e bem-estar de
suas sociedades. Qualquer doutrina de superioridade racial é cientificamente falsa e, entre
outras coisas, moralmente condenável, socialmente injusta e perigosa, devendo ser
rejeitada, juntamente com as teorias que tentam determinar a existência de raças humanas
distintas;
8. Reconhecemos que a religião, a espiritualidade e as crenças desempenham um pape
central nas vidas de milhões de mulheres e homens, e no modo como vivem e tratam as
outras pessoas. Religião, espiritualidade e crenças podem e devem contribuir para a
promoção da dignidade e dos valores inerentes à pessoa humana e para a erradicação do
racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata;
9. Observamos com preocupação que racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância
correlata podem ser agravados, inter alia, pela distribuição desigual de riqueza, pela
marginalização e pela exclusão social;
10. Reafirmamos que todos têm direito a uma ordem social e internacional na qual os direitos
humanos podem ser plenamente exercidos por todos, sem qualquer discriminação;
11. Observamos que o processo de globalização constitui uma força poderosa e dinâmica
que deveria ser utilizada para o benefício, desenvolvimento e prosperidade de todos os
países, sem exclusão. Reconhecemos que os países em desenvolvimento enfrentam
dificuldades especiais para fazer frente a este problema central. Embora a globalização
ofereça grandes oportunidades, neste momento seus benefícios são partilhados de forma
muito desigual, e seus custos são desigualmente distribuídos. Assim, expressamos nossa
determinação em prevenir e mitigar os efeitos negativos da globalização. Estes efeitos
podem agravar, em particular, a pobreza, o subdesenvolvimento, a marginalização, a
exclusão social, a homogeneização cultural e as disparidades econômicas que podem ser
produzidas segundo critérios raciais, dentro e entre Estados com conseqüências negativas.
Expressamos ainda nossa determinação em maximizar os benefícios da globalização, inter
alia, através do fortalecimento e do aprimoramento da cooperação internacional para
promover a igualdade de oportunidades no mercado, o crescimento econômico, o
desenvolvimento sustentável, o aumento da comunicação global graças ao emprego de
novas tecnologias e do incremento intercâmbios culturais através da preservação e da
promoção da diversidade cultural, o que pode contribuir para a erradicação do racismo,
discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata. Somente através de esforços amplos
e sustentados que venham a criar um futuro partilhado e baseado em nossa humanidade
comum e toda sua diversidade, a globalização pode se dar de forma plenamente inclusiva e
igualitária;
12. Reconhecemos que as migrações inter-regionais e intra-regionais, em particular do Sul
para o Norte, aumentaram como conseqüência da globalização, e acentuamos que as
políticas voltadas para as migrações não devem ser baseadas no racismo, discriminação
racial, xenofobia e intolerância correlata;
Comentários ( 2 )
Reginaldo - 11/01/2012 16:03:54
É preciso ter coragem para abordar esse tema espinhoso. 2011 foi um ano bem problemático neste sentido. O fato mais marcante negativamente pra mim foi o caso de Anders Behring da Noruega. Parabéns Professor Paulo, mais uma vez você trazendo temas preciosos para discussão. Um abraço!
Reginaldo - 11/01/2012 16:04:14
É preciso ter coragem para abordar esse tema espinhoso. 2011 foi um ano bem problemático neste sentido. O fato mais marcante negativamente pra mim foi o caso de Anders Behring da Noruega. Parabéns Professor Paulo, mais uma vez você trazendo temas preciosos para discussão. Um abraço!